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Cobrado nas ruas, Jean sofre com risco de queda e diz: 'Tenho vergonha'

Globo Esporte

 Pressão por todos os lados. O Fluminense até saiu do burburinho das Laranjeiras para ter uma semana tranquila para treinamentos na Escola de Educação Física do Exército, na Urca. A medida garantiu paz durante as atividades, mas não aliviou em nada a tensão no elenco tricolor. O alto risco de rebaixamento está entranhado no subconsciente de todo jogador. E aquele que consegue esquecê-lo por um só segundo logo é lembrado, principalmente nas ruas. Nesta semana, Rafael Sobis revelou que a sensação é de que matou alguém. Agora, foi a vez de Jean deixar claro o desconforto de quem convive com cobranças.
- Não é fácil, não. É novo para mim, nunca passei por uma situação como essa de rebaixamento. Vai servir de experiência para que não volte a acontecer. Você sai e não é pelas pessoas, mas por você mesmo, pela forma como se sente. Eu vou sair porque isso é um trabalho normal, tenho as coisas para resolver e não posso me trancar em casa. Mas quando saímos, tenho vergonha, sim. É algo conosco. Às vezes, a pessoa está olhando para reconhecer, pedir uma foto, e pensamos que estão olhando torto por causa da situação. É algo que mexe fora de campo. Ontem (terça-feira), uma senhora de uns 70 anos passou e falou: "Não vai cair, hein". Eu pensei: "Como é que pode?" e falei: "Com certeza não. Precisamos da torcida, do apoio". Apoiar para ser campeão é lindo, agora que a gente vê quem é quem.
Realidade bem diferente da que boa parte do elenco viveu pouco mais de um ano atrás, quando conquistou o Brasileirão. Se também havia pressão diante da proximidade do tetracampeonato, o ambiente naturalmente era muito mais relaxado. Com a experiência de quem já foi bicampeão da competição (2008 e 2012), Jean pede cabeça fria para evitar que o Flu fique marcado como o primeiro time a cair no ano seguinte a uma conquista.
- É bem diferente. Situações totalmente diferentes em apenas um ano. É ruim, é tenso, e o emocional está muito mais mexido do que se fosse para brigar pelo título. Não digo que o time está nervoso, mas passa um monte de coisa na cabeça. Pensamos em um monte de coisas negativa e isso não pode. Estamos trabalhando para não pensar assim. Temos que fazer a nossa parte e sabemos que coisas boas vão acontecer.
Para escapar da degola, o Flu precisa vencer o Bahia, na Fonte Nova, e torcer por tropeços de Vasco e Coritiba contra Atlético-PR e São Paulo, respectivamente, também fora de casa. A boa notícia para os tricolores do Rio de Janeiro é que os baianos já estão salvos e prometem celebrar a permanência na Série A diante do torcedor. Jean prefere não esperar um ambiente festivo, mas admite que o alívio interfere na postura do rival em campo.
- Clima de festa eu não sei, mas mais relaxado por ter saído do sufoco com certeza. É o que aconteceria conosco. É muita pressão. Muita coisa acontecendo. Mexe com a cabeça. Quando se livra, dá uma relaxada.
O Fluminense encerra sua participação no Campeonato Brasileiro de 2013 no próximo domingo, contra o Bahia, às 17h (de Brasília), na Arena Fonte Nova, em Salvador. Segundo os cálculos do matemático Oswald de Souza, o Tricolor tem 80% de chances de ser rebaixado para a Série B.
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