Há dois anos, a Fiat firmou uma parceria com a indiana Tata para fabricar uma picape média ao estilo Ford Ranger. Seria feita na Argentina para jogar a Fiat num dos poucos segmentos em que ela não compete no Brasil.

Na mesma época, a montadora italiana começou a rabiscar os primeiros esboços da Strada cabine dupla, caso a tal picape indiana não saísse.

E não saiu. A Tata queria impor seu próprio estilo, e a Fiat também. Não podia dar certo.

A solução foi aproveitar a plataforma da Strada, esticar a cabine estendida em 25 cm e adaptar um banco inteiriço para levar duas pessoas atrás.

"Em pesquisas, vimos que muitos adaptavam um banquinho na Strada estendida para levar, por exemplo, o filho na escola", diz Carlos Eugênio Dutra, diretor de produto da Fiat.

Só que a cabine dupla, a princípio só na versão topo de linha Adventure, ficou cara demais.
A Fiat então retirou a principal novidade da linha: o Locker (bloqueio eletrônico de diferencial). O sistema que evita a patinagem das rodas dianteiras na lama é opcional e custa R$ 1.300, subindo o preço da cabine dupla para R$ 47.740.

Moto, não

São R$ 3.200 a mais do que a Adventure estendida, com Locker de série, e apenas R$ 1.500 a menos do que a Ranger Sport cabine simples. "Não temos concorrentes, vamos atrair quem quer picapes médias", diz Dutra. Só se o motorista precisar de apenas 580 litros na caçamba, o que não dá para levar, por exemplo, uma motocicleta.

Mesmo assim, a Fiat planeja vender 1.500 unidades por mês, aumentando mais a participação de 55% no segmento de picapes leves.