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Governo diz que 'falha' no lançador impediu satélite de atingir órbita

G1

 O Ministério da Ciência e Tecnologia informou que o satélite Cbers-3, lançado na madrugada desta terça-feira (9) no Centro de Lançamentos de Satélites de Taiyuan, a 760 km de Pequim, na China, não alcançou a órbita prevista por "falha" no veículo lançador.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) não soube informar qual o horário em que o equipamento retornou à Terra. Ele foi lançado à 1h26 (horário de Brasília).
"Porém, houve uma falha de funcionamento do veículo lançador durante o voo e, consequentemente, o satélite não foi posicionado na órbita prevista. Avaliações preliminares sugerem que o CBERS-3 tenha retornado ao planeta", informou o ministério.

Ainda de acordo com a nota, engenheiros chineses responsáveis pela construção do veículo lançador "estão avaliando" as causas do problema e o possível ponto de queda do satélite.

"Os dados obtidos mostram que os subsistemas do CBERS-3 funcionaram normalmente durante a tentativa de sua colocação em órbita", disse o Ministério da Ciência e Tecnologia.

A produção do equipamento custou R$ 160 milhões ao Brasil, que tem 50% de participação no Cbers-3. O esforço de Brasil e China, segundo o Inpe, tinha o objetivo de derrubar barreiras que impedem a criação e transferência de tecnologias sensíveis impostas por países desenvolvidos.

O ministério informou ter sido convocada "reunião extraordinária" do comitê conjunto de coordenação do programa CBERS, para esta terça-feira (10), na China. O governo informou que participarão representantes de todas as partes envolvidas no projeto, como autoridades brasileiras e chinesas.

"Nesta reunião, serão discutidas as causas da falha no lançamento e os próximos passos do programa. O programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (CBERS, na sigla em inglês) gera imagens da superfície do território brasileiro para aplicações diversas, tais como zoneamento agrícola, monitoramento de desastres naturais e acompanhamento de alterações da cobertura vegetal, com grande aplicação na região amazônica", informou o ministério.

Atraso e distribuição de imagens
Dificuldades para criar novas tecnologias espaciais, consideradas complexas, atrasaram o programa de lançamento do Cbers-3, segundo o diretor do Inpe, Leonel Perondi. O Cbers-3 deveria substituir um vácuo deixado pelo Cbers-2B, que encerrou as atividades em 2010.

A previsão era de que o Cbers-3 desse 14 voltas na Terra, no sentido Norte-Sul. Cada volta duraria 100 minutos, segundo o Inpe. A cada 26 dias, o satélite teria mapeado totalmente o Brasil.

Em entrevista anterior ao lançamento, Perondi disse que apesar da parceria com a China, dados considerados estratégicos para o governo brasileiro seriam restritos ao governo do Brasil, assim como informações consideradas importantes para a China seriam enviadas apenas para os chineses.
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