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'Trabalho é demorado', diz delegado sobre identificação de torcedores

G1

  Identificar os responsáveis e os envolvidos pela briga generalizada que deixou quatro feridos na Arena Joinville será um trabalho minucioso e demorado, segundo o coordenador da Central de Polícia da cidade catarinense, Isaias Cordeiro. “É a primeira vez que atendemos um problema como esse aqui em Joinville, com esta gravidade”, avalia. Ele acompanha as investigações que são presididas por outro delegado da equipe e destaca que é necessário juntar muitas peças para confirmar as responsabilidades dos envolvidos.

Segundo a Polícia Civil, será instaurado um novo inquérito para continuar as investigações sobre os participantes do confronto. O primeiro que foi aberto é da prisão em flagrante de três torcedores do Vasco. Arthur Barcelos Lima Ferreira, de 26 anos, Jonathan Fernandes dos Santos, de 30, e Leone Mendes da Silva, de 23, tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça de Joinville no final da tarde desta segunda-feira (9). Eles estão no Presídio Regional da cidade e foram indiciados por tentativa de homicídio, associação ao crime, danos ao patrimônio e por ferirem alguns artigos do Estatuto do Torcedor.

Feridos não se lembram de 'nada'
No último domingo, os três torcedores feridos que ficaram no Hospital Municipal São José foram ouvidos pelos delegados. Em depoimento, Diogo Cordeiro da Costa Ferreira, Estevão Viana e Gabriel Ferreira, todos de 24 anos, falaram que não se recordavam de nada.

“Eles sabem que iniciou um tumulto, perderam a consciência e acordaram no hospital. Então, inicialmente, eles não tiveram como contribuir, mas foram ouvidos”, afirma Cordeiro. William Batista continua internado no Hospital da Unimed e até o final da noite desta segunda não havia sido ouvido. A Polícia Civil deve colher novos depoimentos ainda esta semana.

Prisão preventiva
Ao decretar a prisão preventiva, a juíza Karen Francis Schubert Reimer argumentou ser necessário manter os suspeitos detidos para “para preservar a ordem pública". A magistrada destacou que "os delitos pelos quais foram presos em flagrante são de extrema gravidade e os réus tentaram fugir à responsabilidade se escondendo da polícia". Além disso, como não são moradores de Santa Catarina, isso poderia prejudicar o processo, caso eles fossem colocados em liberdade.

A juíza citou ainda que não se sabe se os réus possuem antecedentes criminais. Cordeiro explica que, a partir desta terça-feira (10), serão buscadas informações no sistema de dados da Polícia Civil do Rio de Janeiro, para tentar identificar se os homens presos já estiveram envolvidos em outros confrontos de torcidas ou crimes.

“Essas pessoas já foram identificadas pelas imagens que estão correndo o mundo aí. Claro que há outras pessoas que podem ter participado, mas este é um trabalho minucioso e demorado. Temos que fazer uma série de diligências agora”, explica Cordeiro.

O delegado afirma que já foi solicitada a relação de torcedores das torcidas organizadas que estiveram na Arena Joinville no último domingo (8). Também foram feitos contatos com representantes dos clubes e dos torcedores. “Os times já se colocaram à disposição para passar o que eles têm. As torcidas organizadas também, nós temos que ouvir os diretores, presidentes, a relação dos que estavam nos ônibus. Aí pegar este pessoal, identificar através do sistema daqui, do Paraná e do Rio de Janeiro, e juntar as imagens para identificar. Então, por isso, será instaurado um outro inquérito para apurar mais participantes e, quem sabe, pelo crime de tentativa ou de outros”, detalha.
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