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Operador do guindaste trabalhou 18 dias sem parar, diz ministério

G1

 O superintendente regional do Ministério do Trabalho em São Paulo, Luis Antonio Medeiros, afirmou na manhã desta terça-feira (10) que o condutor do guindaste que caiu no estádio do Corinthians, em Itaquera, na Zona Leste, trabalhou 18 dias sem folga antes do acidente. Nesta terça, uma equipe visita a arena que receberá a abertura da Copa de 2014 para vistoriar oito guindastes interditados após o acidente que matou dois operários.
“Devido à rapidez da obra, todo dia aqui tem duas horas extras. Estava conversando com a Odebrecht no sentido da gente dar uma limitada nisso. É legal fazer duas horas extras por dia, mas soube agora que o mecânico do guindaste estava há 18 dias sem nenhum descanso. Então, nós vamos limitar onde houver perigo, onde o cidadão é quase um piloto, tem que estar desestressado, tem que estar tranquilo.”
"Ele [operador] falou para nós e nós temos os dados. Ministério do Trabalho tem [acesso a] cartão de ponto, tem tudo", completou.
Segundo Medeiros, que teve acesso às fichas de ponto dos operários, pode ter havido um acordo com o funcionário para compensar os dias trabalhados. “Eu não sei o que a empresa combinou com ele se esses 18 seriam compensados se era banco de horas. Nós achamos que há uma exaustão para a pessoa que opera um mecanismo tão delicado”, afirmou.

A Odebrechet, construtora responsável pela obra, não se pronunciou nesta terça sobre a carga horária dos trabalhadores e o G1 não conseguiu falar com a assessoria de imprensa da Locar, empresa terceirizada responsável pelos operários.
As causas do acidente ainda estão sendo analisadas. “Nós não sabemos a causa do acidente. Nós só achamos que tem que limitar o trabalho desses operários nesses lugares estratégicos. As causas do acidente têm que ser analisadas. Isso é uma das vertentes. O que nós queremos é que essas pessoas trabalhem com folga, com tranquilidade”, disse.
O Ministério do Trabalho pretende testar e liberar todas as gruas até o dia 16. A aprovação para retomada dos trabalhos acontecerá após a aprovação do plano de retirado do guindaste e da última peça da estrutura metálica que cobriria o estádio. A Defesa Civil, que interditou 5% das obras de construção do estádio, explicou anteriormente que para que a empresa comece a remoção é necessária uma autorização para a realização de obras emergenciais da parte da Prefeitura. Após ser retirado, o guindaste vai ficar à disposição para análise.
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