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Governo defende presença da Polícia Militar em estádios de futebol

Terra

 A presença da Polícia Militar na segurança dos estádios é fundamental, e o País não pode prescindir disso, opinou nesta terça-feira o secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Toninho Nascimento. Para ele, o Brasil ainda poderá chegar a um modelo que adote a segurança privada, a exemplo do que acontece em países da Europa. No momento, porém, o futebol brasileiro não tem possibilidade de abrir mão da PM.

"A PM tem expertise, tem conhecimento. Podemos chegar a um novo modelo, e aí vem de novo o exemplo europeu. Lá na Europa, tudo bem. Um dia a gente pode chegar a um modelo que tenha segurança privada. O mais importante de tudo é a garantia da segurança das famílias que vão aos estádios, o torcedor comum. Isso é fundamental, seja privada ou não. Mas hoje não podemos prescindir da PM", afirmou, durante o 10º Footecon, fórum internacional de futebol que acontece até quarta-feira no Rio.

Nascimento admitiu que a PM possa receber um ganho extra para fazer o policiamento nos estádios. Ele frisou, no entanto, que essa negociação não pode se empecilho para que um jogo de futebol tenha a segurança adequada.

"No caso de Joinville (a briga entre torcedores de Atlético-PR e Vasco), era possível, sim, pagando R$ 11 por hora, que a PM entrasse no estádio. Isso é uma negociação deles. Mas isso não pode, em nenhum momento, afetar a segurança dos estádios. Não é possível não pagar um pouquinho para ter uma grande segurança. Isso não pode ser pretexto para alguém não pagar, ou alguém não fazer. A função dos clubes é dar segurança aos seu torcedores, isso está no Estatuto do Torcedor. E a função da PM é dar segurança às pessoas. Então é hora de os dois lados entenderem que é preciso tomar uma atitude", observou.

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O Estatuto do Torcedor foi bastante mencionado pelo secretário na entrevista concedida no evento. A lei existente prevê punições e sanções para torcedores que cometam atos violentos nos estádios - basta que as regras sejam cumpridas, destacou Nascimento. E será exatamente isso o ponto central da reunião convocada pelo governo federal para a próxima quinta-feira, em Brasília. Na presença de representantes de clubes, federações e de órgãos da Justiça, será cobrada a aplicação do Estatuto do Torcedor.

"É uma vergonha para o futebol brasileiro. Acho um horror. A presidente Dilma e o ministro (do Esporte) Aldo Rebelo já conversaram sobre isso, e o que o governo propõe e vai ter uma reunião quinta-feira em Brasília, é a aplicação do Estatuto do Torcedor, que prevê as penas mais sérias possíveis para esses vândalos, que são uma minoria, inclusive dentro das próprias organizadas. Isso tudo faz com que o campeonato brasileiro de 2013 seja caracterizado por essa violência sem sentido", analisou.

A briga generalizada entre torcedores de Atlético-PR e Vasco, no último domingo, teve repercussão internacional negativa. Ainda assim, Toninho Nascimento disse não acreditar que o evento vai causar arranhão na visão estrangeira sobre a Copa do Mundo. Para o secretário, o episódio serve de alerta. Ele salientou, contudo, que o público que frequentará os estádios na Copa será completamente diferente daquele que esteve em Joinville.

"Não vejo que possa arranhar, é mais um episódio de alerta, mas não acho que possa arranhar a imagem do Brasil em relação à Copa. O mundo inteiro sabe que uma Copa no Brasil é o máximo que pode acontecer, é o país do futebol. Não é bom, é ruim, mas não vejo que possa arranhar, até porque o público da Copa é completamente diferente do público que vai ver jogos como o de domingo", comentou.
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