Normalmente, os times oriundos da Série B figuram entre os principais candidatos ao rebaixamento da Série A do Campeonato Brasileiro na temporada seguinte. Exceção feita ao campeonato de 2004, quando subiram os tradicionais Palmeiras e Botafogo, as previsões sempre foram cumpridas e pelo menos um dos recém-chegados voltou à segunda divisão na primeira oportunidade. Este ano, porém, a história mudou: com um total de 63 vitórias e 39 empates em 152 jogos (aproveitamento de 50% dos pontos), este grupo alcançou seu o melhor desempenho na era dos pontos corridos, iniciada em 2003.

Na última rodada da competição, encerrada no domingo (8), nada menos que três dos quatro times que voltavam à elite do futebol nacional estavam na briga por uma vaga na Libertadores. Com 64 pontos, o Atlético-PR garantiu o terceiro lugar e o direito de disputar a prévia da competição continental contra um clube a ser definido por sorteio. Já o Vitória, quinto colocado, e o Goiás, sexto, acabaram “morrendo na praia”.

Ainda assim, os 59 pontos conquistados por baianos e goianos são motivos de comemoração. Para o Vitória, trata-se do melhor desempenho desde que o atual formato foi adotado. Já a equipe do artilheiro Walter ficou a três posições do excelente terceiro lugar de 2005, um feito e tanto para um clube que passou os dois anos anteriores na Série B.

Tal desempenho seria ainda melhor não fosse o Criciúma que, em 16º lugar, esteve muito perto de um novo descenso. Ainda assim se salvou, proporcionando ao estado de Santa Catarina a chance de, pela primeira vez na história, ter mais equipes na primeira divisão do que o Rio de Janeiro (três contra duas).

Se por um lado nunca todos os recém-promovidos voltaram à Segundona, o rendimento dos times nesta categoria costuma ser apenas mediano. Até o Furacão, por exemplo, somente o Grêmio de 2006 havia chegado tão longe, com o terceiro lugar. Dois anos antes, o Palmeiras foi quarto.

Já o pior ano para quem acabou de chegar à elite foi 2008, quando Ipatinga e Portuguesa ocuparam as duas últimas posições do campeonato. A falta de planejamento para uma nova realidade pode, inclusive, proporcionar vexames históricos, como o América/RN, que em 2007 somou apenas 17 pontos em 38 rodadas em seu primeiro ano de volta ao grupo de melhores do futebol brasileiro, com direito a um saldo de gols de -56. Nunca mais voltou à elite, assim como Brasiliense, Santa Cruz, Santo André, Guarani e o próprio Ipatinga.

Para o Brasileirão de 2014, o desafio ficará por conta de Palmeiras, Sport, Figueirense e da surpreendente Chapecoense, que pela primeira vez na sua história estará na Série A. Ao menos no caso do Verdão, que vai comemorar seu centenário, a expectativa é de um desempenho mais parecido com o do Atlético-PR que do América-RN. Mas, como esta temporada provou, não duvide dos demais recém-chegados.

Confira o desempenho dos times que vieram da Série B na elite do Brasileirão durante a era dos pontos corridos:

Recém chegados 2013:

Goiás - Sexto
Criciúma - 16º
Atlético-PR - Terceiro
Vitória - Quinto

Recém chegados 2012:

Portuguesa -16º
Náutico - 12º
Ponte Preta - 14º
Sport - 17º (rebaixado)

Recém chegados 2011:

Coritiba - 8º
Figueirense - 7º
Bahia - 14º
América/MG - 19º (rebaixado)

Recém-chegados 2010:

Vasco - 11º
Guarani - 18º (rebaixado)
Ceará - 12º
Atlético/GO - 16º

Recém-chegados 2009:

Corinthians - 10º
Santo André - 18º (rebaixado)
Avaí - 6º
Grêmio Barueri - 11º

Recém-chegados 2008:

Coritiba - 9º
Ipatinga - 20º (rebaixado)
Portuguesa - 19º (rebaixado)
Vitória - 10º

Recém-chegados 2007:

Atlético/MG - 8º
Sport - 14º
Náutico - 15º
América/RN - 20º (rebaixado)

Recém-chegados 2006:

Grêmio - 3º
Santa Cruz - 20º (rebaixado)

Recém-chegados 2005

Brasiliense - 22º (rebaixado)
Fortaleza - 13º

Recém-chegados 2004:

Palmeiras - 4º
Botafogo - 20º

Recém-chegados 2003:

Criciúma - 14º
Fortaleza - 23º (rebaixado)