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Médico suspeito de negligenciar atendimento a grávidas é suspenso

Folha Online

A Secretaria Estadual de Saúde informou na tarde deste domingo que identificou o médico do Hospital Miguel Couto, na zona sul do Rio, que teria transferido três grávidas em situação de emergência para um outro hospital da cidade, na última quinta-feira (2), e escrito nos braços das mulheres o nome do hospital e número das linhas de ônibus que deveriam pegar. O obstetra acusado de negligência foi suspenso e afastado das suas atividades até o fim da sindicância.

Uma das grávidas, Manuela Costa, 29, perdeu o bebê após uma cesariana de urgência, na manhã de sábado (4), na Maternidade Fernando Magalhães. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, afirmou hoje que não há crise no sistema público de Saúde do município que justifique a omissão de um dos médicos de plantão no hospital Municipal Miguel Couto ao prestar atendimento.

Manuela chegou ao Miguel Couto, na zona sul do Rio, com sangramento e em estado crítico, mas teve sua internação negada pelo médico que a atendeu. Segundo a mulher, ele escreveu no braço dela o nome da Maternidade Fernando Magalhães, onde deveria buscar atendimento, e o número dos ônibus que precisava pegar para chegar ao local, em São Cristóvão, na zona norte.

De acordo com a dneúncia, outras duas mulheres também foram encaminhadas pelo mesmo médico à Maternidade Municipal Fernando Magalhães e foram de ônibus até o local, segundo o relato. A denúncia foi feita por um médico da maternidade que ficou indignado com o ocorrido.

Para o prefeito, não há "nada no mundo" que justifique a atitude do obstetra de plantão. "Não há crise no sistema público de Saúde, não há problema no Miguel Couto que justifique isso. Foi uma atitude desrespeitosa, se de fato aconteceu, por parte de um profissional que não pode simplesmente receber uma grávida e anotar no braço dela o número de uma linha de ônibus e encaminhá-la para outro hospital sem dar-lhe a devida atenção".

Depois de garantir uma apuração rigorosa dos fatos, Eduardo Paes disse que o profissional envolvido na omissão de socorro será punido e pode ser demitido. "Vamos apurar os fatos e punir de maneira muito firme, inclusive com a demissão, se as acusações forem confirmadas."
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