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Salamandra híbrida gera desastre ambiental na Califórnia, mostra estudo

New York Times

Os efeitos ecológicos das espécies invasores são conhecidos, particularmente seu impacto em plantas ou animais nativos. No entanto, os invasores às vezes fazem a guerra, mas também fazem amor: eles se acasalam com espécies locais relacionadas, produzindo híbridos. Os efeitos dessa hibridização não têm sido objeto de muitos estudos. Agora, pesquisas envolvendo salamandras invasoras e nativas no Vale Salinas, na Califórnia, mostram o quanto isso pode ser devastador: os híbridos têm um apetite voraz e podem praticamente varrer outras espécies do mapa.

Maureen E. Ryan e Jarrett R. Johnson, da Universidade da Califórnia, e Benjamin M. Fitzpatrick, da Universidade do Tennessee, estudaram híbridos entre salamandras americanas nativas da Califórnia e salamandras americanas listradas, trazidas em grande número do Texas, há 60 anos, por comerciantes de isca da Califórnia. As larvas das salamandras americanas estão no alto da cadeia alimentar dos lagos, engolindo larvas de outras espécies, com suas enormes bocas.

Os pesquisadores construíram lagos artificiais, colocaram salamandras e outras espécies neles, em especial a salamandra da Califórnia e o sapo do Pacífico (ambos encontrados no Vale Salinas), e monitoraram o que acontecia. Suas descobertas aparecem na publicação "Proceedings of the National Academy of Sciences".

Efeito maior

Larvas híbridas tiveram um efeito maior nas salamandras da Califórnia e sapos do que uma larva nativa da salamandra, praticamente eliminando esses animais. Os híbridos afetaram até mesmo a sobrevivência de salamandras nativas nos lagos. "A implicação é que eles são ecologicamente bem diferentes em relação às espécies nativas", disse Ryan.

Isso pode representar problemas para outras espécies do vale, como o sapo da Califórnia de pernas vermelhas (Rana aurora) e a salamandra Santa Cruz (Ambystoma macrodacylum).
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