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'Já preparava festa de 1 ano', diz pai de bebê que morreu a espera de UTI

G1

  O pai da menina Micaele Ruiz Mendes, João Mendes do Amaral, fez um desabafo sobre a situação que a família vive no momento. A criança, de nove meses, morreu na última sexta-feira (13) em um Pronto Socorro em Praia Grande, no litoral de São Paulo, a espera de uma vaga em UTI. A Secretaria de Estado da Saúde já determinou a abertura de uma investigação preliminar para apurar o caso.

A família diz que a história não pode cair no esquecimento, para que o mesmo não ocorra com outras crianças. “Não está sendo fácil, minha esposa fica chorando, ficamos lembrado dos momentos com ela, olhando as fotos. Estou sem condições de trabalhar, gostaria que a história repercutisse para que isso não aconteça com outras crianças”, afirma João.

Os pais de Micaele têm outras duas filhas, de cinco e 10 anos, que ainda perguntam sobre a irmã. “A mais velha nos ajudava a cuidar dela, a menor não entende direito e fica perguntando cadê ela, se está com Papai do céu, se a Miquinha não vai voltar. A gente sente muita falta dela, eu a chamava de Miquinha do papai, é um anjinho”, chora o pai.

O pai da criança diz ainda que a família planejava a festa de 1 ano de Micaela, que seria em fevereiro do ano que vem. “Já planejávamos a festa, ia ser simples, mas ia fazer algo porque todos diziam que ela era uma guerreira e tínhamos que comemorar a vida. Nesta época de festas é mais difícil ainda”, finaliza João.

O caso:
A menina possuía hidranencefalia, estava com bronco pneumonia e havia contraído catapora infecciosa. Devido ao quadro de saúde grave, os médicos disseram que a menina precisava de internação urgente em uma UTI e desde quarta-feira (11) ela aguardava uma vaga, mas não resistiu. A menina passou três dias internada e isolada no Pronto Socorro.

Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Saúde informa que determinou a abertura de investigação preliminar para apurar o motivo pelo qual a criança não foi transferida para uma UTI. A pasta irá apurar se o quadro clínico permitia ou não a transferência sem colocar a paciente em risco, se havia indisponibilidade momentânea de leito de terapia intensiva pediátrica com isolamento ou se houve falha na regulação.
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