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Hospedagem para animais é opção para quem vai viajar nas férias

G1

 O Boni é um verdadeiro amigo. O cachorro já faz parte da família do gerente de produção Eduardo David Nozella há quase 10 anos. "É um animal muito dócil, ele é bastante calmo, bem tranquilo, principalmente com as pessoas que ele já conhece", conta. Mas quando se trata de viagens familiares, o são bernardo de 60 quilos e quase dois metros de comprimento não pode ser levado para todos os lugares, e é aí que vem a preocupação e a saudade. "Com um cachorro desse você acaba mudando sua rotina. Você está sempre cuidando, sempre tomando conta, vendo o que esta fazendo, como ele está. Então para sair de casa realmente é complicado né?", diz.

E não é só o gerente de produção que encontra esse tipo de dificuldade. Por conta disso, um hotel para cachorros em Mogi das Cruzes já está com todas as reservas quase esgotadas para o feriado de fim de ano. "Agora no final do ano a procura pela hospedagem realmente aumenta. A gente conseguiu fechar a maior parte dos contratos em outubro e novembro, então o pessoal procura antecipadamente já sabendo que vai viajar" explica o proprietário Rodrigo Antônio Boz Vidal.

Esse tipo de estabelecimento procura oferecer de tudo para que o melhor amigo do homem se sinta em casa, mas o 'check in' exige algumas adequações. "O animal precisa estar com a carteirinha de vacinação em dia. Pedimos que ele esteja vacinado com a polivalente e com a antirábica, por exemplo. A gente pede também para que ele esteja vermifugado há pelo menos quatro messes antes de entrar aqui. Pedimos também a aplicação do antipulgas", conta Boz Vidal. Os proprietários dos cachorros são orientados a levar a ração que o animal está acostumado a comer. Além disso o hotel procura dar a comida nos horários em que eles comem em casa.

O hotel oferece 13 canis com capacidade para, no máximo, 20 cachorros. Os melhores amigos do homem são acompanhados a todo momento por tratamentos e também são levados para passear.

Cuidados
O veterinário Edmo Marcelo Zogbi dá dicas para quem não pode - ou não conseguiu uma vaga - deixar o cachorro em um hotel. "Esse problema é bem sério, que acontece no final de ano, pois são poucos hoteis e, muitas vezes, a demanda não consegue dar conta. Então a gente fala para o cliente se não tem como levar o animal, deixa com alguém próximo, um parente, um amigo", explica.

De acordo com o especialista, os cachorros sofrem de uma síndrome chamada síndrome da ansiedade da separação. "Essa síndrome não existe apenas no animal que fica longe do proprietário por semanas, ela pode acontecer no dia a dia. Aquele proprietário que sai às 8h e volta às 20h, já pode ter um cão que sofre dessa síndromes", explica. "Tem também cão que destrói os móveis ou, quando o proprietário chega, ele pula, quer brincar a toda hora, então esses cães são os mais complicados de deixar sozinhos", detalha.

Para não deixar o cão sozinho em casa, a ideia é combinar com algum parente ou amigo próximo ao animal que fique cuidando do bichinho. "Pessoas que têm contato ou têm algum vínculo com o animal podem ajudar bastante", diz.

Já para quem vai mesmo levar o animal na viagem, a dica é prepará-lo para o tempo no carro. "Em primeiro lugar, é muito comum mas é bastante errado levar o cachorro solto dentro do carro. O ideal é que ele seja levado em um caixa específica para o transporte", explica. Além disso, o veterinário explica que duas ou três horas antes da viagem é preciso restringir a água do cachorro. "Além disso, é possível dar algum remédio para acalmar o animal".

"Se o trânsito estiver grande, é importante prestar atenção na respiração do animal. Se ele está muito ofegante, é importante dar um pouco de água a cada mais ou menos 40 minutos. Só não pode dar muito, tem que molhar aos poucos a boca do cachorro".
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