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Notícias / Ciência & Saúde

Estoque de medicamentos deve ser normalizado até abril em Uberlândia

G1

  A falta de alguns medicamentos nas Unidades de Atendimento Integrado (UAIs) de Uberlândia tem causado preocupação aos moradores da cidade, mas o problema pode estar com os meses contados. O secretário interino de Saúde, Dario dos Passos, disse nesta segunda-feira (30) que atualmente são cerca de 20 remédios em falta na rede pública, mas que até abril de 2014 a situação deve se regularizar.

Dario dos Passos ainda ressaltou que entre os medicamentos em falta também constam alguns de uso básico. Ele acrescentou que apesar da defasagem desses produtos, este ano houve um reabastecimento global no estoque dos remédios e que não somente o Estado como também a Prefeitura de Uberlândia arcaram com custos dos produtos.

O secretário explicou que houve a suspensão de alguns processos licitatórios na cidade e que isso foi feito como forma de readequação, a fim de facilitar justamente o controle e distribuição desses estoques de medicamentos. “A Prefeitura já está fazendo o que deve ser feito – tentando regularizar os estoques de medicamentos nos depósitos. Orientamos que caso o medicamento que a pessoa necessita não seja encontrado nas Uais, elas podem procurar as farmácias populares, onde alguns medicamentos básicos são distribuídos gratuitamente”, afirmou.

Já o superintendente regional de Saúde, Daltro Catani Filho, disse que o Estado tem a gestão plena da Saúde em Minas Gerais e que existe uma conta bancário onde o Estado, Município e União depositam um recurso mensalmente para a compra dos medicamentos por um valor mais barato e transforma quantidade em qualidade.

Ele destacou que Uberlândia recebe sua cota no último dia do trimestre e que no início do ano esta cota foi antecipada a fim de suprir a alta demanda do Município.

Reclamações
Na segunda-feira passada, a TV integração, afiliada da Rede Globo, mostrou em uma das suas reportagens a dificuldade de algumas pessoas para conseguir remédios nas Unidades de Atendimento Integrado (UAIs) de Uberlândia. Depois da repercussão do caso, alguns moradores da cidade entraram em contato com a emissora reclamando também que além de não encontrarem medicamentos na rede de saúde, às vezes, é necessário arcar com os custos. Alguns pacientes, que deveriam receber medicamentos em casa, ainda disseram que o serviço não está funcionando.

A dona de casa Luna Aparecida afirmou que não consegue enxergar nem com a ajuda do óculos, mas “vê” com clareza o descaso em alguns serviços oferecidos pela rede pública. Ela é diabética e hipertensa e contou ainda que tem dificuldades para encontrar o medicamento e quando consegue nem sempre tem a dosagem indicada pelo médico. Para a aplicação da insulina no tratamento do diabetes são fornecidas 50 agulhas descartáveis para um período de dois meses e, de acordo com Luna Aparecida, o gasto é de R$ 120.

O aposentado Luzardo Marque de Noronha também reclamou da dificuldade de conseguir a medicação. Ele é cadeirante e participa há cinco anos do "Programa Remédio em Casa", que tem como objetivo é atender os pacientes com dificuldade de locomoção e acamados. Luzardo de Noronha salientou que neste ano recebeu todos os medicamentos que tem direito apenas duas vezes.

Ainda de acordo com o aposentado, quando falta remédio, ele fica sem tomar, o que acaba comprometendo o tratamento. Quando ele liga nos telefones disponibilizados pelo Programa ou não consegue ser atendido ou não recebe solução para o problema.

Saúde está na lei
A advogada Dênis Goreth, membro da comissão de Saúde e Bioética da OAB, explicou que a legislação brasileira garante acesso amplo a saúde, ou seja, é uma determinação constitucional que jamais poderia ser desrespeitada.

Dênis Goreth disse que quando medicamentos utilizados em tratamentos não forem fornecidos, a orientação é que se procure o Ministério Público ou até mesmo ingresse com uma ação através da Defensoria Pública, dependendo do grau de carência da pessoa. quando o medicamento não está disponível.

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