Mais de 40 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) foram presos nesta terça-feira (1º) em uma fazenda na zona rural de Monte Alegre de Minas, Triângulo Mineiro. Vinte e cinco deles seguem detidos na delegacia da cidade.

Segundo informações da Polícia Militar (PM), as prisões foram feitas porque o movimento ocupava a Fazenda Palermo desde terça-feira (31). De acordo com os militares, havia uma liminar da Justiça determinando a reintegração de posse do local. No entanto, há uma determinação de desapropriação da área assinada pela presidente Dilma Rousseff e publicada no Diário Oficial da União no dia 27 de dezembro.

Por telefone, o proprietário da fazenda, Adevanir de Lima, afirmou que não há nenhuma negociação com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e que a fazenda não será desapropriada. Com o documento da reintegração em mãos, Adevanir procurou a PM de Monte Alegre que foi até a fazenda e retirou os ocupantes.

O coordenador da Pastoral da Terra, Frei Rodrigo, informou que a ação dos militares foi violenta e incorreta, uma vez que a determinação da presidente revoga qualquer outra liminar da Justiça. Integrantes do movimento alegam terem sido agredidos, algemados e tiveram seus veículos guinchados e removidos para o pátio de Monte Alegre. O Conselho Tutelar esteve na fazenda e encaminhou as crianças para a delegacia juntamente com os pais. Eles foram autuados por descumprimento de determinação judicial.

O local foi ocupado pela primeira vez em 2011. Ontem a noite, depois de saberem da determinação do Governo, os integrantes de MST voltaram para a fazenda.