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Sem receber, médicos decidem parar atendimento em hospital do Paraná

G1

 O corpo clínico do Hospital Santa Tereza, em Guarapuava, na região central do Paraná, parou de atender boa parte dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) desde esta terça-feira (7). A decisão em interromper os atendimentos nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) geral, neonatal e pediátrica, e também, nas áreas de obstetrícia e pronto-atendimento foi tomada em reunião, na noite de segunda-feira (6). Segundo a diretoria técnica do hospital, a paralisação representa metade dos atendimentos feitos pelo SUS na região.

De acordo com o diretor técnico do hospital, Frederico Virmond Neto, o motivo da paralisação nos atendimentos é decorrente da falta de pagamento dos plantonistas desde março de 2013. Segundo ele, o repasse de verbas para o hospital deveria ser feito pelo Ministério da Saúde no dia 31 de dezembro, o que não aconteceu.

Neto conta que, desde que os médicos pararam de receber em março, o corpo clínico do hospital foi diminuindo gradativamente. Segundo ele, a decisão de parar foi devido a sobrecarga dos médicos que restaram. “Tínhamos, por exemplo, três pediatras e quatro médicos na UTI geral para se dividirem em 24 horas. Não tinha condições de trabalhar assim. Estávamos estafados”, comenta.

Na segunda-feira, o atendimento na maternidade do hospital foi paralisado durante a manhã e a tarde. A interrupção gerou um aumento de demanda no Hospital São Vicente de Paulo. Os pacientes do Santa Tereza só voltaram a ser atendidos no fim da tarde.

Secretaria da Saúde explica sobre repasse
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), o motivo do atraso no pagamento foi um erro na publicação na portaria do Ministério que autorizava o repasse de cerca de R$ 300 mil ao Santa Tereza.
Ainda conforme a Secretaria, o Ministério da Saúde fez os repasses da primeira parcela do Incentivo de Adesão à Contratualização (IAC), no dia 30 de dezembro, de forma equivocada para a maior parte dos hospitais do Paraná. "Os repasses a hospitais sob a gestão estadual foram feitos a fundos municipais de saúde e os de gestão municipal ao fundo estadual. Além disso, o Ministério não identificou o destino dos recursos, o que gerou confusão na gestão dos valores depositados", informou em nota.

Ao perceber o erro na portaria do Ministério, antes mesmo dos depósitos, a secretaria afirmou que encaminhou ofício solicitando o ajuste dos repasses. O Ministério da Saúde reconheceu os erros e solicitou que as secretarias estaduais e as municipais aguardem a correção para liberar os recursos aos hospitais. "Agora a secretaria aguarda a republicação da portaria do Ministério com a correção dos repasses para regularizar a situação", disse. A Secretaria Estadual de Saúde informou, ainda em nota, que a primeira parcela do dinheiro deve ser repassada ao Hospital Santa Tereza até a próxima quinta-feira (9).
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