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Paulo André prevê greves e culpa CBF por confusão no Brasileirão

Globo Esporte

 O zagueiro Paulo André não poupou críticas à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) no retorno ao trabalho em 2014. Líder do Bom Senso FC, movimento criado para reivindicar melhores condições no futebol em âmbito nacional, o jogador admitiu que os avanços no ano passado foram poucos e assegurou que não dará folga à entidade nesta temporada. A intenção, caso os responsáveis pela Confederação não acenem com mudanças, continua sendo promover greves nos campeonatos.

- É mais do que possível. Não tem nada descartado. Essa seria a única medida viável para que as pessoas que dirigem futebol se preocupem com o que estamos falando. O Bom Senso vai tentar diálogo e algumas outras ações para que os responsáveis possam tomar alguma atitude. Lamentamos o desprezo e a falta de preocupação com o futebol brasileiro, que está jogado às traças - desabafou, em entrevista coletiva no CT Joaquim Grava.

Em pré-temporada com o Corinthians, que voltou a treinar nesta segunda-feira, Paulo André deixou claro que o foco do Bom Senso é debater um calendário equilibrado. O zagueiro citou a dificuldade dos atletas que jogam em clubes menores, cuja temporada se resume aos estaduais, disputados no primeiro semestre. Além disso, o movimento busca o diálogo entre jogadores e diretorias para que não haja salários atrasados e que as condições de trabalho sejam melhores.

O rebaixamento da Portuguesa – que acabou na Série B do Campeonato Brasileiro por conta da escalação do meia Héverton em situação irregular na última rodada da competição – foi outro assunto que ganhou atenção de Paulo André. O zagueiro preferiu não comentar se a queda da Lusa foi justa, mas acredita que toda a confusão após o encerramento do torneio é resultado da má organização da CBF.

- A desorganização do campeonato é tão grande que acarretou um problema ridículo. Em um campeonato de escola, de clube, o mesário não deixa o cara que está proibido jogar. A CBF tem um cara para isso, que é o delegado da partida, e nada acontece. Se a punição é correta ou não, não sei. Deveria punir? Talvez. Mas é fruto da desorganização. Agora já foi. E se tentarem uma virada de mesa, vai ficar mais explícito ainda - argumentou.
- A prioridade número um da Uefa (Federação Europeia) é a capacitação dos treinadores, porque sabem que eles organizam e estão por trás do espetáculo. E a da CBF? Vender patrocínio da Seleção? Não sei.

Paulo André deixou claro que todos os comentários são sua opinião pessoal, e não do Bom Senso, que envolve quase mil jogadores. Apesar das férias no calendário do futebol, o zagueiro destacou a conversa entre os atletas no mês de dezembro e assegurou que, em breve, novas ações como as que ocorreram no segundo turno do Brasileirão do ano passado acontecerão.
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