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Mãe de menina morta em Mococa nega o crime e defende padrasto

EPTV

 A mãe da menina Íris Stefanie Martins, de 8 anos, que foi assassinada e jogada em um terreno de Mococa (SP) no último sábado (4), negou que tenha cometido o crime e defendeu o padrasto. Ambos estão presos temporariamente suspeitos de terem matado a criança.

Em entrevista à EPTV nesta sexta-feira (10), Ana Paula Lima Milane, de 36 anos, disse que ao saber do caso não chorou porque ficou chocada. Tranquila e sem se mostrar abatida, ela pediu Justiça.
“Não tenho envolvimento nenhum, jamais eu faria alguma coisa contra a minha filha ou contra qualquer pessoa, não tenho coragem. O tanto que eu sofri para criar os meus filhos sozinha”, disse.

Questionada sobre o relacionamento tumultuado com Sebastião Carlos Rodrigues, de 27 anos, ela relatou que eles tiveram apenas duas brigas, mas que nunca bateu na enteada. A mãe da garota afirmou que o padrasto jamais faria algo contra Iris.
Ana Paula também afirmou desconhecer o sangue encontrado dentro da casa dela. “Eu não sei, não posso falar, eu não vi, não ouvi nada. Como vou julgar as pessoas se eu não sei. Só Deus sabe o que estou sentindo, a verdade virá à tona”.
Proteção
Com o depoimento, a polícia quer saber mais sobre o perfil do casal, mas alguns pontos já estão claros. A mãe costumava proteger o padrasto, apesar das brigas constantes. No dia que o corpo foi encontrado, ela negou que tivesse um relacionamento tumultuado com Sebastião Carlos Rodrigues, de 27 anos. “Isso já caiu por terra, de que ele não era um cara violento. Não só familiares, como vizinhos, confirmam a agressividade dele com a Ana Paula, e mesmo dela com ele. Era um relacionamento um pouco doentio”, afirmou o delegado Wanderley Fernandes Martins Júnior.

A presença dele incomodava as outras filhas dela, mas a mãe defendia o companheiro. “Pelo que foi colhido em depoimentos até o momento, ela impedia que as crianças dissessem, em especial aos familiares, quanto a agressividade do suspeito”, afirmou o delegado.
A polícia não descarta a possibilidade de pedir um perfil psicológico detalhado sobre o casal. Ao todo, 15 pessoas já foram ouvidas pela policia. Haverá ainda mais depoimentos para ajudar a traçar o perfil de Ana Paula e de Rodrigues.
Perfil e frieza
Ana Paula, que estava desempregada, tinha dez filhos, contando com Íris. O primeiro marido dela morreu e o último está preso. Rodrigues veio do Maranhão para trabalhar na construção civil em Mococa há menos de um ano e começou a ser relacionar com Ana Paula há seis meses. Ele já tinha passagem pela polícia.

Para o delegado, o que mais marcou até agora durante as investigações foi a frieza da mãe. “Quando a mãe vê um filho morto, vítima de homicídio , ela fica desesperada ou entra em choque, quer abraçar o corpo, ficar próximo, coisa que nós não nos deparamos nesse caso”, afirmou.
Perícia
Vestígios de sangue encontrados no quarto de Íris e na pia do banheiro, depois de uma perícia na quarta-feira (8), reforçam as suspeitas de que a menina possa ter sido morta dentro da casa onde morava e depois jogada no terreno. A polícia já sabe que havia sangue em duas toalhas e no lençol da cama de íris. O exame que vai confirmar se o sangue encontrado é ou não da menina vai sair em 30 dias.
Corpo
O corpo de Iris foi encontrado por um vizinho na manhã de sábado em um terreno que fica a 50 metros da casa dela no bairro Mocoquinha. O corpo não tinha mancha de sangue, estava com roupa limpa, sem perfuração. O fato chamou a atenção do delegado. "Se ela tivesse sido morta no terreno, o corpo estaria ensanguentado porque teria atingido alguma artéria, mas não, ela foi simplesmente deixada lá", disse.
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