Da Redação - Jardel P. Arruda
Enquanto parte dos pré-candidatos ao governo do Estado se engalfinham pelo apoio dos produtores agropecuários, o postulante do PHS, jornalista José Marcondes, mais conhecido como Muvuca, considera que o agronegócio é um dos maiores culpados pelas mazelas sociais do estado. Além disso, ele garante que se negará a aceitar um centavo sequer deste setor para o financiamento da campanha eleitoral de 2014.
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“Não vou aceitar dinheiro do agronegócio. Pode aparecer o Eraí Maggi e me oferecer um milhão para financiar minha campanha, não vou aceitar”, afirmou o pré-candidato do PHS. De acordo com ele, é preciso escolher de quem receber para não ter um mandato comprometido por conta dos acordos feitos ainda nas eleições. “Esse pessoal que está aí tem a obrigação de ganhar por causa dos acordos com o agronegócio. Eu não tenho essa obrigação”, afirmou.
Sem uma grande estrutura partidária ou financiadores e renegando o dinheiro do agronegócio, José Marcondes acredita que irá receber muitas doações espontâneas para poder bancar as eleições. “Eu defendo a redução da carga tributária. Muitos empresários vão apostar nisso. Eu defendo a industrialização. Eu vou ter apoio dessas pessoas, desses grupos”, contou.
Para Muvuca, o agronegócio está “aprisionando” Mato Grosso a um estado de medievalismo comparável ao século XV. Naquela época, algumas colônias eram usadas para produção em larga escala de alguma monocultura de exportação através do emprego de mão-de-obra escrava, enquanto agora são produzidas uma variedade de commodities em monoculturas de exportação, sob mão-de-obra assalariada.
“Olha as nossas commodities: Nossa soja serve para que? Ninguém come soja. Ela é usada para engordar gado na China. E mesmo sendo o maior produtor mundial de soja, o leite de soja é caríssimo. A nossa madeira é usada na Europa para fabricar papel higiênico. E a melhor carne é vendida para fora, e mesmo assim temos que pagar caro por carne aqui”, ponderou o pré-candidato ao governo do Estado.
Além disso, o agronegócio é considerado por Muvuca um modo de produção que concentra a renda em uma pequena elite, criando ilhas de prosperidade e grandes áreas de miséria. “Segundo dados do IBGE, Mato Grosso tem 160 mil famílias vivendo abaixo da linha de pobreza. Nosso Estado é que mais tem concentração de renda. Até com selva bruta distribuiríamos mais renda que com a soja”, disparou.