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Lula indica empresário a Ministério da Indústria e Comércio e pode forçar Maggi a disputar governo

De Brasília - Vinícius Tavares

Sempre lembrado para assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), o senador Blairo Maggi (PR-MT) agora tem um forte concorrente ao cargo. O empresário Josué Gomes da Silva, filho do ex-vice-presidente José Alencar e amigo pessoal do ex-presidente Lula entrou com força no páreo com a chancela do PMDB mineiro, que pede mais espaço no governo.

A entrada em cena do empresário da Coteminas, empresa expoente do setor têxtil, reduz as chances de o senador mato-grossense ser escolhido para assumir o ministério, um dos desejos do empresário, como já revelavam pessoas próximas tal qual seu suplente Cidinho Santos. Se a indicação se confirmar, aumentarão as pressões para Maggi disputar o Paiaguás. 

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Em 2013, quando Maggi e Dilma promoveram uma série de reuniões dentro e fora do Palácio do Planalto para rediscutir uma maior participação do PR no governo, a presidente deixou claro que não cederia uma cadeira de ministro para políticos que tivessem interesse em disputar a eleição de 2014.

Apesar de ter declarado que não quer ser candidato ao governo, Maggi deixa no ar dúvidas sobre os motivos que o fizeram desistir de brigar para ser ministro da Indústria e Comércio, função na qual Maggi tem muita experiência e poderia dar uma contribuição ainda maior para Mato Grosso e o agronegócio.

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Ainda sobre as incursões petistas no empresariado nacional, Lula e a cúpula peemedebista avaliam a possibilidade de acomodar Josué Gomes da Silva no Mdic já na reforma ministerial prevista para março. Ele sucederia a Fernando Pimentel (PT), que vai disputar o governo de Minas Gerais.

No entanto, segundo fontes do meio político mineiro ouvidas pela reportagem, essa estratégia enfrenta obstáculos internos no grupo político de José Alencar, que defende o empresário da Coteminas na disputa pelo Senado no próximo ano, a fim de preservar o espólio político do pai.

A ida do empresário mineiro seria uma forma encontrada por Lula para atrair o empresariado depois que o Palácio do planalto detectou resistências deste setor ao governo da presidente petista.

Além de Josué Gomes da Silva, Lula articulou a ida de José Batista Júnior, do grupo JBS/Friboi, para o PMDB. E levou para o PR o empresário do setor sucroalcooleiro Maurilio Biagi Filho, cotado para a vaga de vice do ministro da Saúde, Alexandre Padilha (PT).

A pré-candidatura do presidente da Federação das Indústrias (Fiesp), Paulo Skaf, ao governo do Estado pelo PMDB também é creditado a Lula, assim a do ex-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), senador Armando Monteiro Neto (PTB), ao governo de Pernambuco, com o possível apoio do PT para combater Eduardo Campos (PSB).

Já a filiação da presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), senadora Kátia Abreu (TO), ao PMDB foi uma operação conduzida, diretamente, por Dilma, com o vice-presidente Michel Temer - presidente licenciado da sigla.
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