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Avó amorteceu impacto e salvou neto da morte em atropelamento, diz perito; confira imagens do acidente

G1

O perito Antenor Pinheiro, especialista em crimes de trânsito, analisou a pedido do G1 e da TV Anhanguera as imagens do atropelamento do menino João Pedro Nascimento, 5 anos, e da sua avó, Vilma Theodoro Nascimento, 56, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. No acidente impressionante, a criança fica debaixo do veículo e, logo depois, se levanta ilesa. Segundo o perito, a mulher, que também sofreu ferimentos leves, livrou o neto por duas vezes. Para ele, uma sucessão de coincidências salvou os dois. “Ela ficou na frente do garoto durante o primeiro impacto e, após caírem no chão, o corpo dela ajudou a empurrá-lo ainda mais para baixo do carro. Sem saber, ela o salvou da morte”, explicou.

Como não esteve no local do acidente e apenas analisou as imagens, o perito destaca que essa é uma "avaliação técnica indireta" e sem a comprovação dos laudos oficiais do acidente que aconteceu na tarde de terça-feira (21). Câmeras de segurança de uma casa registraram o atropelamento, que foi provocado por uma colisão. No cruzamento da Avenida Bernardo Sayão com Rua Uruana, na Vila Jaiara, um Honda Fit bateu em um Chevrolet Celta e, em seguida, colidiu com o VW Gol, que estava estacionado. Com o impacto da colisão, o carro atingido atropelou a idosa e o neto.

Antenor Pinheiro explica que, em cruzamentos em que não há sinalização, a preferência é sempre de quem vem da direita. “Nesse caso, as imagens registraram que o Celta seguia nesse sentido e era a vez dele passar. Mas o Fit não parou e acabou atingido lateralmente. Isso fez com que ele fosse desviado da trajetória e acabou atingindo o Gol, que estava estacionado. A avó e o menino ainda estavam no meio da rua quando tudo aconteceu e, ao tentarem chegar à calçada, ficaram exatamente na rota de colisão”, afirma.

O perito acredita que, apesar das imagens aparentarem que a criança foi atingida duas vezes pelos pneus, isso não aconteceu em momento algum. “O Gol estava com o freio de mão puxado e as marcas que ficaram no chão comprovam que, em nenhum momento, o carro saltou. A sorte foi que, como o veículo foi atingido na lateral esquerda, o veículo foi projetado para a direita, e a roda ficou esterçada para fora. Isso gerou um vão entre o pneu e a lataria do carro, exatamente onde a criança ficou encaixada. O corpo da avó o projetou para esse espaço e a roda apenas atingiu o ombro do menino, que foi mais uma vez jogado para trás, saindo praticamente ileso pela frente. O único momento em que a roda é levantada é no momento em que passa por cima dos pés da avó”, detalha Pinheiro (veja imagens abaixo).

As avarias sofridas no carro atingido pelo Fit também ajudaram a evitar ferimentos graves no garoto. “O eixo frontal do Gol foi danificado e ficou erguido, gerando um espaço maior debaixo do carro. Após passar pelo vão gerado na roda esterçada, João Pedro coube nessa cavidade e saiu pela frente do veículo. Se em algum momento essa roda não estivesse virada e o pneu tivesse passado por cima do pescoço ou cabeça da criança, dificilmente ela teria saído viva. Por isso, ressalto que, felizmente, todas as coincidências geraram uma somatória para o desfecho do caso”, conclui o perito.
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