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Menor preso a poste no Rio diz que agressores ameaçaram matá-lo

G1

 Um adolescente de 15 anos que foi preso com uma tranca de bicicleta, pelo pescoço, a um poste no Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio, foi entrevistado com exclusividade pelo Bom Dia Rio. O jovem contou que os agressores ameaçaram matá-lo e disse não ter medo de encontrar o grupo novamente, porque não pretende voltar às ruas.

"Eu estava subindo para Copacabana para tomar um banho de praia. Aí foi quando os 'playboys' me abordaram. Eram 15 motos e 30 pessoas. Era (um) fortão e tinha um magrinho. O magrinho já chegou jogando a moto em cima. Vou matar! Vou matar os quatro [o adolescente estava com mais três pessoas, que fugiram]! Bando de ladrão, fica roubando bicicleta dos outros. Aí eu falei: Eu não, meu senhor, todo mundo aqui é trabalhador. Bateu, bateu", disse o menor.

O jovem se apresentou espontaneamente a um abrigo da Prefeitura, no Centro. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, ele deve ser levado para uma unidade de menores infratores na Ilha do Governador. A transferência foi determinada pela Justiça porque há um mandado de busca e apreensão contra ele.

O rapaz contou aos funcionários do abrigo da Prefeitura o que aconteceu com ele na noite de sexta-feira (31). Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Social, o adolescente disse que foi amarrado ao poste por um grupo de cerca de 30 homens que chegaram ao local em motos; um deles estaria com uma pistola.

O jovem, que tem três passagens na polícia - incluindo anotações por roubo e furto - foi levado para o Hospital Souza Aguiar com lesões pelo corpo, mas acabou fugindo do hospital.

Na tarde de quarta-feira (5) o adolescente foi levado à Delegacia do Catete para fazer um reconhecimento. A Polícia Civil queria saber se algum dos 14 homens detidos na terça-feira (4) no Flamengo acusados de agressão a moradores de rua teve participação na prisão do menor ao poste.

Segundo a delegada responsável pelo caso, o adolescente contou como foi agredido, mas não identificou seus agressores em nenhuma das fotos.

“Mostrei todas as fotos, as 14 fotos dos rapazes que estão aqui em uma outra investigação. Ele não reconheceu. Disse que não era nenhum deles. Ele tem até condição de reconhecer, mas não são esses rapazes. E que foi numa academia ao ar livre e que foram 15 motos, com garupas, rapazes mais fortes que deram com capacete nele, que depois ele apagou, depois só viu quando foi amarrado”, disse Monique Vidal.
A Polícia Civil também ouviu a artista plástica Ivone Bezerrade Mello, que divulgou o caso na internet. Ela não quis dar entrevista.
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