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PMs que agrediram torcedor dizem que seguiram 'procedimento padrão'

TV Anhanguera

 Três dos cinco policiais militares suspeitos de espancar um torcedor no banheiro do Estádio Serra Dourada, após o jogo entre Vila Nova e Atlético, prestaram depoimento nesta segunda-feira (10) no 8º Distrito Policial (DP) de Goiânia. Durante a maior parte do tempo, eles usaram o direito de permanecer calados. Porém, ao delegado Waldir Soares, os oficiais disseram que seguiram um “procedimento padrão” da polícia. A agressão foi registrada por um torcedor e divulgada em redes sociais.

Diferente do que havia informado o porta-voz da PM, coronel Divino Alves, há uma semana, os policiais não foram demitidos. Ele afirmou ao G1 nesta tarde que os militares estão passando por um processo disciplinar instaurado pela corregedoria para apurar o fato e dar a eles a oportunidade de defesa.

Contratados para prestar serviço temporário à PM em outubro do ano passado, os policiais chegaram à delegacia para depor fardados, com escolta e acompanhados de um oficial.

O delegado Waldir Soares disse que agora vai encaminhar um ofício à PM para que os outros dois militares envolvidos no espancamento sejam identificados e prestem depoimento. “Devo fazer isso no mais tardar hoje ou amanhã. Se eles não responderem rapidamente, serei obrigado a pegar a relação de todos os policiais que trabalharam no jogo e começar a intimar um por um”, explica.

O delegado também afirmou que achou "muito estranho" o fato de nenhum dos policias saber o nome do comandante que estava à frente da operação no dia da partida.

Agressão
O espancamento do comerciante Igor Pereira Oliveira, de 26 anos, ocorreu no dia 2 de fevereiro, após o clássico entre Vila Nova e Atlético pelo Campeonato Goiano. Nas imagens feitas no banheiro do Serra Dourada, ele aparece sendo agredido por três policias. Um quarto oficial também aparece na cena.

Igor, torcedor do Vila Nova, é casado, tem um filho de seus anos e nenhuma passagem pela polícia. Ele só procurou a polícia três dias depois, para prestar depoimento. Segundo o comerciante, a demora por medo e vergonha.
“Não falei para minha esposa, não falei nada, só fiquei com aquele negócio ruim. Ninguém merece, nunca apanhei nem do meu pai na cara, vou apanhar de alguém que eu nem conheço”, lamentou.
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