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Campos reage a Dilma e prega 'humildade' no debate político

G1

 O governador de Pernambuco e provável candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, afirmou nesta sexta-feira (14) que é preciso "humildade" para se debater os problemas do país.

Ele fez a afirmação ao ser questionado por jornalistas sobre declaração da presidente Dilma Rousseff, que, na última segunda (10), afirmou que têm "cara de pau” os adversários que afirmam que se esgotou o ciclo do PT no poder.

“Acho que a gente deve fazer o debate no Brasil num outro diapasão. Eu acho que a gente precisa ter serenidade, humildade, para pensar o futuro do Brasil”, declarou Campos em Brasília, antes de participar de reunião do Diretório Nacional do PPS, que firmou aliança com o PSB para as eleições presidenciais deste ano.

“A gente tem que discutir a produtividade da economia, a qualidade de vida nos grandes centros brasileiros, a questão do campo da energia. Quem quer discutir essas questões centrais com certeza tem que fazer com muito equilíbrio. A gente não precisa dividir o Brasil mais”, afirmou o governador.

A declaração de Dilma foi dada em evento para militantes do PT, quando ela fazia balanço dos principais programas de seu governo.

"Antes mesmo de assimilar grandes obras que realizamos, eles têm a cara de pau de dizer que o ciclo do PT acabou, que o nosso modelo se esgotou, que demos o que tínhamos de dar", disse Dilma.
Em discurso no evento do PPS, Campos disse ainda que é possível reduzir o atual número de ministérios pela metade.

“É consenso nacional que tem ministério demais. Mas acho que a gente tem que aprofundar essa análise. Pode ir para uma redução que acho que é pela metade desse número atual. Vemos que o estado brasileiro está muito distante da democracia”, afirmou.

Campos também fez críticas à economia brasileira na gestão de Dilma e afirmou que o país vive um momento em que são colocadas em risco as conquistas dos últimos 30 anos de redemocratização.

“O país, desde 2011, entrou num novo ritmo de crescimento econômico. Começamos a viver um tempo em que o Brasil desacelerou, e a sensação que passa para a sociedade brasileira é que nós paramos [...]. A sensação é que nada se altera desde 2011, que estamos colocando em risco as conquistas dos últimos 30 anos”, disse.
Alianças regionais com PPS

Apesar da expectativa de que o encontro desta sexta de Eduardo Campos com membros do PPS pudesse resultar numa definição sobre as candidaturas estaduais das duas siglas, não foi foi fechado acordo sobre os estados onde ainda há divergências.

Tanto PSB quanto PPS pretendem lançar candidatos próprios para governador em unidades da federação como Distrito Federal, Maranhão e Amazonas.

“Não vamos discutir problemas regionais agora. Serão discutidos pelas direções regionais”, disse Campos. Segundo ele, só em 15 de março será votado o quadro de candidatos. “Até lá, vamos estar nos posicionando sobre questões de cada um dos estados.”

Para o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), o tema é “motivo de preocupação”, mas não pode ser decidido ainda.

“Temos que ter o objetivo nacional e, a partir daí, os problemas locais serão mais facilmente superados. Onde não for, haverá capacidade de ele não ser obstáculo nacional [...]. Não é um assunto para ser resolvido agora. O diálogo está instalado, é motivo de preocupação. Mas não podemos decidir isso agora”, declarou.
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