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Dirceu será ouvido dia 25 sobre suposto uso de celular na prisão

G1

 O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu será ouvido na próxima terça-feira (25) pela Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal. Segundo a defesa do ex-ministro, o assunto será a sindicância aberta para apurar o suposto uso de celular dentro da prisão. Por conta da suspeita, Dirceu teve a análise de benefícios suspensa, como pedido de trabalho externo.

Segundo decisão publicada nesta segunda-feira (17), a audiência ocorrerá no dia 25 de fevereiro, às 14h, na sala 306 da VEP. O advogado de Dirceu, José Luís de Oliveira Lima, afirmou, porém, que a audiência será feita por meio de videoconferência. A assessoria do Tribunal de Justiça, órgão responsável pela Vara, confirmou que a audiência será por videoconferência, mas não informou o motivo da conversa do juiz com o condenado.

Há cerca de um mês foi aberta investigação para apurar se Dirceu teria falado ao celular no dia 6 de janeiro, de dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, com o secretário da Indústria, Comércio e Mineração do estado da Bahia, James Correia. Os dois negam. As denúncias foram publicadas pelo jornal "Folha de S. Paulo".

Depois da suspeita, a VEP suspendeu a análise de benefícios a Dirceu. Em meio ao recesso judiciário, o ministro Ricardo Lewandowski determinou que a Vara voltasse a analisar o pedido de trabalho porque não havia indícios de uso do celular. Depois, Joaquim Barbosa revogou a decisão.

Dirceu cumpre pena de 7 anos e 11 meses pela condenação por corrupção ativa - a punição de 2 anos e 11 meses por formação de quadrilha ainda será reavaliada pelo Supremo a partir desta semana.
Como está em regime semiaberto, o ex-ministro pode pedir para trabalhar fora da cadeia durante o dia. Atualmente, Dirceu aguarda análise, pela Justiça, de proposta para trabalhar no escritório do advogado José Gerardo Grossi.
Entre as funções que deverá exercer, conforme a proposta de Grossi, está a de "cuidar" da biblioteca do escritório, realizar "eventual pesquisa de jurisprudência" e colaborar “na parte administrativa". O salário oferecido é de R$ 2,1 mil. Anteriormente, Dirceu havia desistido de trabalhar como gerente de um hotel em Brasília com salário de R$ 20 mil.

Multa para Dirceu
O ex-ministro informou já ter captado R$ 334.070,97, valor equivalente a 34,4% dos R$ 971,1 mil devidos à Justiça como multa pela condenação no processo do mensalão.

De acordo com nota publicada no blog de Dirceu, até as 16h de sábado (15) foram recebidos e conferidos 1.515 comprovantes de doações. Só no primeiro dia de arrecadação, na última quinta-feira, foram arrecadados R$ 96 mil.
Além de Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e ex-tesoreiro Delúbio Soares fizeram campanhas para arrecadar dinheiro e pagar a multa. A família de Genoino arrecadou R$ 761,9 mil, pagou a multa de R$ 667,5 mil e doou um excedente de R$ 94,4 mil para Delúbio.

O ex-tesoureiro, por sua vez, conseguiu mais de R$ 1 milhão, pagou R$ 466,8 mil e usará R$ 372 mil para pagar a multa do ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha, também condenado e preso.

No último dia 4, o ministro do STF Gilmar Mendes cobrou, em declaração à imprensa, que o Ministério Público apure as arrecadações de dinheiro para o pagamento de multas do mensalão. Para o ministro, há suspeita de "lavagem de dinheiro".
O PT protocolou pedido no Supremo e no Tribunal de Justiça do Distrito Federal para que o ministro explique as declarações - o pedido no STF já foi arquivado. Após o senador petista Eduardo Suplicy (PT) enviar carta a Mendes afirmando que as doações eram legais e não poderiam ser colocadas sob suspeita, o ministro enviou carta ao parlamentar em que afirma que as iniciativas de arrecadação “sabotam e ridicularizam” o cumprimento das penas.
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