Imprimir

Notícias / Esportes

Apoiado por torcida, Guerrero nega influência de invasão em jejum

Gazeta Esportiva

Paolo Guerrero parecia ter vontade de esganar a si mesmo com as incontáveis chances de gol desperdiçadas na vitória do Corinthians sobre o Rio Claro, por 3 a 2. Durante o jogo, o centroavante peruano levou a mão ao pescoço, descontou a sua frustração com o jejum com chutes na trave e até ficou caído dentro da pequena área, desolado. Levantou quase ao mesmo tempo em que muitos torcedores começaram a reverenciá-lo: "Guerrero! Guerrero! Guerrero!".

"Isso é muito bom", comentou o jogador, após a partida, com um sorriso amarelo. Em seguida, ele negou que o fato de ter sido recentemente alvo de um comportamento bem diferente por parte de torcedores explique a sua má fase. Na invasão ao CT Joaquim Grava, no auge da crise corintiana de 2014, ele chegou a ser enforcado, segundo relato do presidente Mário Gobbi. "Isso não tem nada a ver. Não influencia em nada. Aquele foi um episódio chato, mas já passou."

Guerrero ainda precisará rememorar o "episódio chato" ao menos mais uma vez. Ele foi intimado a depor sobre o caso na segunda-feira, embora ainda pareça desconfortável com o assunto. "O mais importante é que o Corinthians voltou a vencer, como a torcida queria", lembrou o atacante, desmentindo também que tenha cogitado deixar o clube do Parque São Jorge. "Não, não."Há algo que incomoda Guerrero mais do que a invasão de torcedores ao CT. "Nunca tinha passado uma fase assim, perdendo tantos gols", lamentou. "Vou continuar trabalhando forte para reverter. O meu gol precisa chegar", acrescentou, enquanto virava de costas para posar para fotos com alguns corintianos. Fã do autor dos gols da campanha do Mundial de Clubes de 2012, um senhor retribuiu o gesto com tapas no ombro do peruano e um elogio: "Esse é gente boa!".

Não é apenas a torcida que está do lado de Guerrero. O técnico Mano Menezes também deu a sua manifestação de apoio. No intervalo do jogo de sábado, ao perceber o seu centroavante abatido, o gaúcho correu para interceptá-lo ainda no gramado do Pacaembu e passar orientações. Conseguiu arrancar um sorriso do peruano, que foi misterioso: "O que ele falou para mim é segredo".

Mano revelou o segredo. Contou que queria mais profundidade e movimentação de Guerrero diante do Rio Claro, "para criar dúvidas de como seria marcado". O atleta até confundiu a marcação do time do interior paulista, porém voltou a pecar diante do goleiro Cleber. "O futebol tem seus caprichos. Quando o momento é maravilhoso, a bola sobra e entra. Na fase ruim, o atacante pode fazer tudo certo, mas o pé passa por cima da bola", conformou-se o treinador.

De qualquer forma, Mano ficou feliz por saber que pode contar com alguns torcedores na tentativa de transformar a fase ruim de Guerrero em um momento maravilhoso, como aquele vivenciado pelo centroavante no Japão. "O torcedor entendeu o que estava acontecendo e deu apoio na hora, da mesma maneira que a gente vai dar. Somos um grupo, e o único caminho é continuar trabalhando", concluiu.
Imprimir