Imprimir

Notícias / Política BR

'Eu e o presidente Lula não temos conflito', diz Dilma em Bruxelas

G1

 A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (24), em Bruxelas, na Bélgica, que não há "conflitos" entre ela e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma deu a declaração após participar de encontro entre empresários do Brasil e da União Europeia. Mais cedo, ela participou de reunião com autoridades do bloco.

Durante a entrevista, Dilma foi questionada sobre informações veiculadas na imprensa que dão conta de supostas críticas de Lula sobre a ação do governo nas áreas da política e da economia.

"Acho que vocês podem tentar de todas as formas criar qualquer conflito ou qualquer barulho, ou ruído, entre mim e o presidente Lula que vocês não vão conseguir. Então, o meu comentário é o seguinte: perfeitamente, a imprensa é livre e tem direito de expressão, mas eu e o presidente Lula não temos conflito, não temos divergências passíveis, a não ser as normais", afirmou Dilma.

Protestos na Venezuela
Dilma comentou também a crise na Venezuela. Para a presidente, é "muito melhor o diálogo" do que a "ruptura institucional". Na avaliação da presidente, no entanto, "não cabe" ao Brasil dizer o que o país deve fazer.

O país vizinho passa, há quase três semanas, por um período de turbulência, com protestos da oposição, liderados por estudantes, e um balanço de pelo menos 10 mortos.

"Nós acreditamos que, sempre, em qualquer situação, nós acreditamos para nós e falamos isso sobre todos os processos, é muito melhor o diálogo, o consenso e a construção democrática do que qualquer outro tipo de ruptura institucional. Ruptura institucional, estava dizendo uma liderança da União Europeia, quando há o vazio político, é possível que outro ocupe, mas tem um candidato que sempre tenta ocupar, e ele chama caos. Com o caos vem toda a desconstrução econômica, social e política", afirmou a presidente.

Na avaliação de Dilma, a situação na Venezuela é "distinta" da onda de protestos na Ucrânia, que resultaram na destituição do ex-presidente do país Viktor Yanukovich.

Manifestações

A presidente Dilma afirmou durante entrevista a jornalistas em Bruxelas que as manifestações são “direito consagrado” e comentou o projeto de lei que deverá ser enviado pelo governo federal ao Congresso Nacional na próxima semana sobre as regras para a realização e manifestações.

"O governo, inclusive, está comprometido numa discussão de uma legislação, porque a Constituição é clara. É livre o direito de expressão, vedado o anonimato. Então, nós temos esse compromisso. Nós temos de ter esse compromisso em garantir, primeiro, a preservação das condições de manifestação passa por não quebrar patrimônio público e privado", disse Dilma.

Ainda segundo a presidente, não se pode ter "complacência" com situações como destruição do patrimônio público e privado e pessoas feridas e mortas durante as manifestações. "A posição do governo é que tem de coibir. Agora, isso é uma coisa. Não se pode, em nome disso, impedir manifestação. Nós vamos ter de conviver com isso”, afirmou Dilma.
Imprimir