Há seis meses a jovem Daiane da Mata e Silva, de 19 anos, está internada no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), no Pronto-Socorro de Cuiabá e nesta manhã chorou ao saber que não faria mais a cirurgia de enxerto marcada para a manhã desta sexta-feira (07) porque os anestesistas estavam com as atividades paralisadas na unidade.
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“A cirurgia estava marcada para as 8h, mas na hora os médicos vieram e informaram que ela não poderia ser feita porque não tinha anestesista. Ela chorou tanto que eu tive que acalma-la”, descreveu a mãa da jovem, Darlene da Mata e Silva, 39 anos. Ainda segundo Darlene e Silva, não há previsão de quando um novo procedimento cirúrgico será agendado. Daiane está com parte do corpo queimado depois de sofrer um acidente doméstico.
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Há sete dias apenas dois médicos anestesiologistas estão atuando dentro do pronto-socorro de Cuiabá, onde normalmente há três profissionais operando diariamente, conforme informou a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Estado (Coopanest).
O problema foi gerado devido à falta da renovação do contrato entre a Coopanest e a Prefeitura de Cuiabá. De acordo com a empresa, desde o dia 4 de novembro os anestesistas continuam prestando serviços dentro do pronto-socorro sem nenhum respaldo documental.
Sem o certame, os profissionais ficaram sem receber salários que estão atrasados desde fevereiro. Por esta razão eles iniciaram um movimento dentro da unidade e reduziram o número de procedimentos.
Procurada, a Prefeitura de Cuiabá informou que um novo contrato não foi firmado porque a secretaria Municipal de Saúde divulgará o edital de licitação na próxima semana. “A prefeitura irá dar uma solução definitiva para a questão e irá publicar o edital de licitação na próxima semana”. Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde, o certame estava ‘engavetado’ na secretaria há quase três anos, mas será executado nos meses seguintes.
Primeira manifestação
Esta é a segunda vez que os médicos anestesiologistas restringem o número de cirurgias dentro da unidade médica devido a falta de um contrato. No dia 27 de janeiro o mesmo movimento foi realizado e apenas dois médicos atuaram durante 14 dias. Durante esse período, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que 150 cirurgias eletivas foram suspensas.
Naquela época, um acordo entre a cooperativa e a prefeitura deram fim ao movimento e os salários de novembro e dezembro que estavam atrasados foram efetuados.