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Governo Federal libera mais de R$ 5 milhões para vítimas da cheia em RO

G1

 O Rio Madeira atingiu, nesta sexta-feira (7), o nível de 18,93 metros e a previsão dos especialistas, para os próximos dias, é de mais chuvas. A cheia histórica que já tirou de casa mais de duas mil famílias, continua preocupando a população de Porto Velho e mais 14 distritos atingidos. Na manhã desta sexta, o governador Confúcio Moura confirmou, durante coletiva, o repasse do Governo Federal, de R$ 5.266.446,75 (cinco milhões, duzentos e sessenta mil e quatrocentos e quarenta e seis reais e setenta e cinco centavos), a serem investidos em ações contra a enchente.

Confúcio falou sobre as propostas para abrigar famílias e projetos de prevenção a novas situações como a cheia histórica que assola Rondônia. A Defesa Civil afirma que a previsão é de que o nível do Madeira passe dos 19 metros nos próximos dias.

Em uma das quinze escolas da rede estadual que abrigam famílias, está morando, há mais de um mês, Antônio Farias de Castro com a esposa. A sala de aula tomou forma de casa, mas seu Antônio se preocupa com o futuro das famílias quando o rio baixar. "A gente não vê o governo falar sobre o que vai fazer com a gente quando o rio secar. Por enquanto, estão apenas preocupados com a cheia, mas depois que baixar ninguém sabe o que vai acontecer", disse Farias.

O questionamento do desabrigado foi respondido pelo próprio governador Confúcio Moura, durante a entrevista coletiva. "Vamos cadastrar e dar prioridade aos desabrigados nos próximos loteamentos. As primeiras casas serão entregues em março, outras em abril. Teremos mais de duas mil casas e apartamentos em condições de atender as vítimas, lá no Bairro Mariana", afirmou o governador de Rondônia.

Segundo o coordenador da Defesa Civil, coronel Lioberto Caetano, três bases operacionais estão sendo montadas. Em Porto Velho, no Baixo Madeira e em Guajará-Mirim. Mais de duas mil pessoas estão envolvidas no trabalho, direta ou indiretamente. Só na região metropolitana da capital, o número de pessoas que precisaram sair de casa chega a 2.157. Cerca de 600 foram atingidos na região ribeirinha, 190 em Guajará-Mirim e Nova Mamoré.

A vazão do Rio Madeira deve aumentar nos próximos cinco dias. Hoje está em 54 mil metros cúbicos por segundo. Em janeiro estava em 24 metros cúbicos por segundo. A preocupação das autoridades também aumenta.

Questionado durante as coletivas sobre os repasses do Governo Federal, o governador de Rondônia destacou, antes de tudo, o apoio das Forças Armadas e Defesa Civil de Porto Velho e do Estado. Depois disse que o Ministério da Integração Nacional tem ajudado sempre que solicitado. "O repasse foi liberado na conta da Defesa Civil, R$630 mil reais, esta semana. Os mais de R$5 milhões já foram liberados pelo Governo Federal, e deverão ser depositados parceladamente, a cada semana", disse Confúcio.


O governador afirmou ainda que tenta, na justiça, conseguir a liberação para concluir a estrada que dá acesso a Nova Mamoré e Guajará-Mirim, ilhados por terra, em consequência da alagação na BR-429. A estrada é o único caminho para moradores dos dois municípios, passa dentro de uma área de proteção ambiental e o Ministério Público Federal proibiu o serviço.

"Devido a urgência e necessidade, se o judiciário fizer como eu espero, liberando a obra, eu faço essa estrada em dez dias. Já estamos solicitando ao judiciário, juntamos documentos, leis emergenciais de Guajará e Nova Mamoré, para conseguir essa liberação", finalizou o governados Confúcio Moura.

Rondônia quer apoio do Governo Federal para obras de engenharia futuras, que possam prevenir grandes enchentes e também estuda parceria com os bancos da
Amazônia e do Brasil, para auxiliar quanto aos danos na agricultura. Só na região ribeirinha, aproximadamente 15 mil toneladas de feijão, milho, mandioca entre outras culturas, se perderam.
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