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Greve da Polícia Federal entra no segundo dia em vários estados

G1

 Entra no segundo dia a paralisação de agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal em vários estados do país. A greve começou na terça-feira (11) em 19 estados e no Distrito Federal e tem previsão para durar 3 dias, de acordo com a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef).

Nesta quarta-feira (12), funcionários da Polícia Federal no Amapá, Piauí e em Goiás também pararam suas atividades. Também está prevista pela Federação Nacional, uma passeata dos servidores na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, às 13h30.

Entenda a greve
Os funcionários pedem a reestruturação da carreira com reajustes salariais, a contratação de novos servidores e criticam a indicação por "critérios políticos" de servidores sem experiência operacional para trabalhar no planejamento e coordenação da Copa 2014. A Fenapef quer a substituição desses profissionais por outros mais experientes na carreira.
"O governo congelou e sucateou a nossa carreira. Somente a nossa categoria sofre esse tratamento. Em 2000, o salário incial de um agente federal era um pouquinho maior do que o editor da Receita Federal. Atualmente, o nosso salário inicial equivale a metade da remuneração incial de um auditor da Receita", afirma o diretor de comunicação da Fenapef, Renato Deslandes.

Ele também afirma que faltam funcionários para os postos e que cada vez mais servidores estão abandonando a carreira. "A situação está calamitosa. Existem aeroportos do interior do país que não tem nenhum agente federal", diz. E a categoria também pede que não aconteçam mais indicações para cargos por critérios políticos. "A gente pede a meritocracia. Quem quer que chegue no topo, tem que ter demonstrado excelência e especialização", afirma Deslandes.

Procurada pelo G1, a Polícia Federal afirma que não irá se pronunciar sobre a greve. Já o Ministério do Planejamento, através de sua assessoria, afirma que nos dois últimos anos, a categoria não aceitou a proposta de reajuste de 15,8% e não fechou acordo com o governo. A pasta afirma que, neste momento, não há margem financeira e fiscal para fazer o reajuste pedido, pois causaria impacto na folha de pagamento. Mas ressalta que as negociações estão abertas.
Veja como está a situação nos estados:

Acre
De acordo com o assessor da PF-AC, Edkallen Lima, mais de 70% do efetivo participa da paralisação que deve durar até sexta-feira (14). Durante a paralisação, serviços como investigações e emissão de passaportes ficam suspensos, funcionado somente o plantão, responsável pelos casos de flagrantes.

Alagoas
No estado, todos os serviços da Polícia Federal estão paralisados, segundo o Sindicato dos Policiais Federais no Estado de Alagoas (Sinpofal). O vice-presidente do Sinpofal, Flávio Moreno, explica que a falta de estrutura tem prejudicado ações como o combate ao tráfico de drogas.

Amapá

Agentes, escrivãs e papiloscopistas da Polícia Federal (PF) no Amapá aderiram na quarta-feira (12) a paralisação nacional da categoria. Em ato simbólico, os policiais estão "enxugando gelo" durante manifestação, em Macapá. A paralisação também atinge os agentes de Oiapoque e deve continuar até quinta-feira (13). A principal pauta é o aumento do efetivo de 65 para 250 servidores.

Bahia
De acordo com Eduardo Marques, diretor do Sindicato dos Policiais Federais do Estado da Bahia (Sindipol-BA), a categoria ficará paralizada durante 72 horas e serão apresentadas novas reivindicações. 30% do efetivo atende às solicitações de emissão de passaportes, fiscalização de produtos químicos e prestação de serviços à empresas de segurança privada.

Ceará

Os policiais afirmam que a paralisação vai durar até quinta-feira (13). De acordo com vice-presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Ceará, Eugênio Brayner, todos os serviços realizados à população, como emissão de passaportes e registro de ocorrências funcionam, mas com efetivo de 30% dos servidores.
Distrito Federal
Nesta paralisação, os servidoresprotestam por “segurança pública padrão FIFA”, afirmando que há servidores sem experiência operacional indicados por critérios políticos para planejar e coordenar as ações durante a Copa do Mundo. Os policiais afirmam que o atendimento ao público, como a emissão de passaportes segue ocorrendo normalmente.

Espírito Santo

Policiais federais do Espírito Santo aderiram à paralisação nacional. Durante a manhã, um grupo com cerca de 60 policiais se reuniu em frente à sede da Superintendência Regional, em Vila Velha, na Grande Vitória, com um boneco inflável de um elefante branco. Segundo o sindicato da categoria no estado, apenas o atendimento ao público para a retirada de passaportes não foi interrompido.

Goiás

70% do efetivo dos agentes pararam as atividades no estado na quarta-feira (12), segundo o Sindicato dos Policiais Federais em Goiás (Sinpefgo). Cerca de 50 policiais irão para Brasília, onde participarão da marcha marcada para às 13h30. De acordo com o presidente do Sinpefgo, entre os objetivos da categoria está deixar público que a burocracia imposta pelo governo federal tem atrapalhado a produtividade.

Mato Grosso
Policiais federais que atuam em Mato Grosso suspenderam as atividades por três dias. As reivindicações da categoria são as mesmas desde 2012, entre elas aumento salarial, reestruturação de carreira e novo concurso para contratação de mais profissionais. Desse período até agora, várias paralisações e manifestações foram realizadas no estado. Essa é a quarta paralisação que os profissionais fazem neste ano

Mato Grosso do Sul

O presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Mato Grosso do Sul (Sinpef-MS), Jorge Luiz Caldas, afirmou que, no estado, 60% dos agentes, escrivães e papiloscopistas aderiram à greve em Campo Grande, Corumbá, Ponta Porã, Dourados, Naviraí e Três Lagoas. Com a paralisação, as operações e investigações policiais serão prejudicadas. Já os serviços de emissão de passaporte, segurança privada, registro e porte de arma serão feitos normalmente. "Não é intenção do sindicato prejudicar o atendimento à população", garantiu Caldas.

Minas Gerais

Cerca de 350 agentes, escrivães e papiloscopistas em Minas Gerais aderiram à paralisação, de acordo com o sindicato da categoria no estado. A entidade afirma que serviços de atendimento ao cidadão começam a funcionar com 30% do efetivo e o trabalho de investigação será afetado. De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Estado de Minas Gerais (Sinpef-MG), Rodrigo Porto, cerca de 100 trabalhadores de Belo Horizonte, Juiz de Fora, Varginha, Montes Claros, Uberaba e Uberlândia embarcam à noite para Brasília, onde vão participar de manifestação nesta quarta-feira (12).

Pará

Em todo o Pará, cerca de 200 policiais estão parados. De acordo com a PF, a paralisação não afeta serviços básicos, como a emissão de passaportes. Os policiais, porém, não estão realizando investigações e abertura de inquéritos. Ainda segundo a polícia, o contingente de servidores que aderiram a paralização é de 70%. Policiais federais protestaram nesta terça-feira (11) em Altamira, sudoeste do Pará. Usando narizes de palhaço, o grupo enxugou duas barras de gelo para simbolizar as dificuldades enfrentadas pelos servidores do estado.

Paraíba

170 policiais parados estão parados no estado, o que corresponde a 70% do efetivo, conforme informou Sílvio Reis Santiago, presidente do Sindicato dos Policiais Federais da Paraíba (Sintef-PB). Serviços como investigações e mandados de busca e apreensão não estão sendo cumpridos.

Paraná

De acordo com o Sindicato dos Policiais Federais (Sinpef-PR), cerca de 600 servidores estão mobilizados. Segundo o vice-presidente do Sinpef-PR, Alberto Domingos Jancke, não há comprometimento dos serviços prestados como emissão de passaportes e os horários agendados estão sendo respeitados. “Estamos tentando evitar causar transtornos para a população”, disse. Em Foz do Iguaçu, está sendo mantido o mínimo do efetivo nas pontes da Amizade e Tancredo Neves e na seção de passaporte. Nas delegacias de Cascavel e de Guaíra, o atendimento é normal.

Pernambuco
A paralisação em Pernambuco irá durar 3 dias, de acordo com o Sindicato dos Policiais Federais em Pernambuco (Sinpef-PE). O presidente da entidade, Marcelo Pires, afirma que os serviços essenciais, como o controle imigratório nos portos e aeroportos e o atendimento nos setores de passaporte não serão interrompidos, mas funcionarão com 30% do pessoal. Já a expedição de passaportes vai funcionar com exceções. “No caso de doenças e necessidades médicas, ou até mesmo proximidade da viagem, quem pediu o passaporte terá prioridade”, explica Pires. Em Caruaru, no Agreste pernambucano, estão previstos 30% do efetivo para atender os casos de urgência. De acordo com o presidente do Sinpef-PE, a emissão de registro de armas, o registro de produtos químicos, e a regularização de segurança particular não estão funcionando.
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