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Estudo questiona eficácia de remédio para tosse e resfriado em crianças

BOm Dia

 Um estudo internacional concluiu que os xaropes não funcionam para crianças pequenas. De acordo com esse estudo, os remédios não têm efeito nenhum e a criança ainda pode sofrer com os efeitos colaterais. O estudo revisou mais de 50 trabalhos médicos sobre o tema, e os pediatras confirmam os resultados.

João Pedro tem só seis meses de vida. Ele estava com muita tosse e a mãe dele comprou um xarope, mas não adiantou. “Você dá uma coisa achando que vai fazer bem e acaba que não faz nada”, afirma Rosimar de Oliveira.
O Jhony, de 3 anos, passou pela mesma situação. “Às vezes a gente vem do médico, eles passam certo tipo de remédio que a gente paga um absurdo e não dá resultado”, diz Maria de Lourdes de Farias.

O que muitos pais já perceberam, um estudo comprovou: há xaropes para tosse e remédios para resfriado que não fazem efeito algum nas crianças. São remédios que combinam analgésicos, descongestionantes e antialérgicos, e provocam efeitos colaterais como dor de cabeça, tontura e sonolência.

Uma das conclusões é que não existe evidência cientifica de que esses medicamentos contra resfriado trazem benefícios no tratamento de crianças menores de 5 anos.

“O resfriado é causado por vírus. Nenhum desses medicamentos vai matar o vírus. Ele só vai combater o sintoma. Então como a doença é muito prevalente e todo mundo procura uma medicação, a indústria vai atrás da medicação para tentar satisfazer esse mercado”, explica a coordenadora do estudo, Edina Mariko Koga da Silva .

Já entre os adultos e crianças com mais de 6 anos o estudo apontou que houve melhora entre e 20% e 30% dos sintomas do resfriado. No caso do xarope, a conclusão é que não cura a tosse de ninguém.

“O mais importante é você manter a hidratação e a alimentação normal da criança e ter em mente que essa doença é autolimitada. Ela vai sarar sozinha”, ressalta a médica.

A Sociedade Brasileira de Pediatria diz que esses remédios têm eficácia limitada e não devem ser utilizados, uma vez que os efeitos colaterais podem superar os pequenos benefícios.

O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no estado de São Paulo informou que todos os medicamentos disponíveis no mercado brasileiro foram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, com base em pesquisas clínicas que atestaram a eficácia, a qualidade e a segurança desses produtos.

A Anvisa informou que não teve acesso aos dados completos do estudo mas adiantou que os medicamentos em questão já sofreram alterações de fórmulas nos últimos anos depois de novas evidências científicas.
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