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Fugitivos da guerra na Síria têm de esperar sete meses para pedir refúgio em São Paulo

R7

 Famílias que fugiram da guerra civil na Síria para São Paulo têm de enfrentar uma fila de sete meses antes de dar o primeiro passo para serem reconhecidas como refugiadas.

Esse é o tempo de espera para o primeiro atendimento na sede da Superintendência da Polícia Federal, no bairro da Lapa. Só então as famílias conseguem protocolar o pedido de refúgio. Depois disso, o processo ainda costuma durar um semestre.

O R7 apurou que ao menos 712 famílias estrangeiras, de diversas nacionalidades, aguardam para iniciar o procedimento. Desse total, 227 são sírios.

Por superar seis meses, a fila inicial pode jogar os fugitivos da guerra na ilegalidade, já que a maioria possui, provisoriamente, visto de turista (a validade do visto de turista é de três meses, renováveis por mais três).

A situação foi relatada à reportagem por sírios recém-chegados. Insatisfeitos, eles preparam uma manifestação para o dia 10 (leia os relatos colhidos pela reportagem). Questionada, a PF admitiu, em nota, a demora.

Atualmente, a PF em São Paulo só recebe quatro pedidos de refúgio por dia. Desembarcam diariamente na capital paulista cerca de dez famílias de estrangeiros interessadas em pedir refúgio.

O órgão afirma que pretende implantar em abril um novo método de atendimento para que haja mais rapidez.

A PF diz que um dos motivos que dificulta atender a demanda pelo encontro inicial é a explosão no número de interessados em se refugiar no País. Em 2010, foram feitas 975 requisições em todo o País. No ano passado, o total saltou para 17.929. São Paulo representa cerca de 60% dos pedidos.Mais Médicos

No texto, a PF afirma ainda que "o efetivo da PF destinado ao registro de estrangeiros também tem sido destacado para realizar outros tipos de registro de estrangeiros, como foi a regularização dos médicos do programa Mais Médicos, que é diferente do trâmite geral, tendo sido realizados nesse ano mais de 1.500 registros".

"No presente momento, por ter sido concluído o trâmite com os médicos, a PF vem priorizando dar maior celeridade aos procedimentos vinculados aos pedidos de refúgio", prossegue o texto.

A PF afirma ainda que o efetivo tem de fazer a renovação semestral do protocolo concedido aos estrangeiros que pedem refúgio, caso o Conare (Comitê Nacional para os Refugiados) não consiga concluir o processo em seis meses.

O Conare, órgão vinculado ao Ministério da Justiça, é o responsável por julgar o pedido de refúgio. A PF faz apenas o atendimento inicial.

A reportagem do R7 não conseguiu, na quinta-feira, contato com o Conare.
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