A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) de Rondônia afirmou que o lençol freático de Porto Velho e distritos foi atingido pelo Rio Madeira e contaminou a água dos poços artesianos em toda a capital. Em parceria com a prefeitura, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) e Faculdade São Lucas estão sendo feitas análises de qualidade da água em todas as áreas atingidas pela enchente histórica.

A chefe de Divisão de Monitoramento da Qualidade Ambiental da Sema, Lucinara Camargo, explicou que a água da superfície se encontra com o lençol freático e ambas se misturam com o lixo acumulado e água da chuva. Por conta da falta de saneamento básico, moradores abrem fossas e poços artesianos em suas casas, e, com isso, recebem toda a água contaminada.

“Estamos usando água mineral para as crianças, mas bebemos a água que vem da rua.”, diz Jaqueline do Amaral, 29, moradora do Bairro Embratel. Outra moradora, no Bairro Igarapé, utiliza água do poço artesiano há 20 anos e disse não ter conhecimento da contaminação geral da água. “Antigamente, agentes de saúde entregavam nas casas o hipoclorito e nunca mais fizeram isso, como vamos fazer agora?”, pergunta a autônoma Sandra Maria da Silva Rodrigues de Souza.

O município monitora diariamente as análises de qualidade da água em toda a capital. A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) forneceu nesta sexta-feira capacitação em educação e saúde para voluntários que devem iniciar, junto aos agentes comunitários, um mutirão nos bairros de Porto Velho e distritos. A intenção é fornecer hipoclorito, para purificação da água, informações de prevenção e cuidados diretamente à população. A secretaria informou que o hipoclorito pode ser retirado em qualquer unidade de saúde da capital.

A cheia histórica do Rio Madeira atingiu nesta sexta-feira (28) o nível de 19,68 metros. Segundo a Defesa Civil, são mais de 4,6 mil famílias que estão fora de suas casas em todo estado. Oficialmente nenhuma morte relacionada à cheia foi confirmada.