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Ex-funcionária diz que denunciou para ouvidoria gerente de TI em 2004

G1

 Uma analista de sistemas, que pede para não ser identificada, denuncia que foi atacada pelo ex-gerente de TI do aeroporto de Belém. Segundo a denunciante, o crime aconteceu em 2004, mas o responsável nunca foi punido. O G1 tenta contato com o gerente, mas ainda não conseguiu localizar o suspeito.

O funcionário foi detido no aeroporto na última segunda-feira (31), ao ser flagrado gravando, sem autorização, as partes íntimas de mulheres que transitavam nas escadas rolantes do terminal. Ele foi levado para a delegacia do aeroporto, onde foi registrada a ocorrência, e irá responder em liberdade por importunação ostensiva ao pudor, um crime de menor potencial ofensivo.

"Eu fui vítima do assédio dele. Ele se aproveitou que toda a Administração da Infraero se mudou para o prédio novo do aeroporto e apenas, nós, de TI ficamos no antigo prédio, e uma vez me chamou na sala dele, eu fui achando que era algum problema para resolver, e quando cheguei lá ele fechou a porta e me assediou tentando beijos e abraços", conta a vítima.
Segundo ela, o gerente - que, na época, fazia parte do quadro da Infraero há 10 anos, o gerente tentou coagi-la a não denunciar o ocorrido. "Ele achou que eu ia ficar com medo de perder o emprego porque ele era meu gerente, mas eu não cedi, fiz ele abrir a porta da sala, fiz um boletim de ocorrência e guardei comigo, continuei indo trabalhar pois gostava e precisava do meu emprego e ele continuou com o assédio por várias vezes", lembra.

"Quando viu que eu não ia ceder e que contei para um monte de gente lá na Infraero, ele começou a me perseguir, a criticar meu trabalho e tudo que eu fazia, sendo que já estava lá a uns 5 anos, trabalhando e sendo elogiada pelo meu trabalho. Até que ele me demitiu dizendo que não servia mais para o cargo de analista de sistemas que eu já ocupava a mais de 5 anos", desabafa a vítima, que precisou fazer tratamentos para ansiedade após o ocorrido.
Segundo a funcionária, vários funcionários sabiam dos abusos, mas não tinham coragem de denunciar o chefe. "Contei para vários colegas mas todos tinham receio de confronta-lo pois naturalmente precisavam dos seus empregos.


Arquivamento e reavaliação
O caso foi parar em Brasília, mas acabou sendo arquivado. "Denunciei para a Ouvidoria da Infraero e mandei carta para o presidente da Infraero em Brasilia, eles mandaram uma comissão de ética de Brasilia para Belém, me chamaram para dar um depoimento mas depois me mandaram uma carta dizendo que eu não tinha provas suficientes para incrimina-lo e iam encerrar a investigação", lamenta a vitima, que desistiu de acionar o gerente criminalmente pelo comportamento inadequado.
A Infraero informou que a investigação citada pela funcionária será reaberta, e que, mesmo sendo concursado, o ex-gerente pode ser demitido por justa causa após a conclusão do Processo Administrativo que foi instaurado contra o servidor. A previsão é que a investigação interna dure 60 dias.
Veja, na íntegra, a nota da Infraero:
A Infraero informa que não compactua com atitudes como as demonstradas pelo empregado Gilberto Luiz Araújo da Silva, lotado no Aeroporto Internacional de Belém, e que já está adotando as medidas administrativas para abertura de sindicância para apurar o ocorrido.

É importante destacar que desde ontem (31/3) o referido empregado está afastado de suas atividades.

Todo o processo anterior relacionado ao empregado será revisado pela atual diretoria da empresa.
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