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Programa ambiental flagra concentração de lixo em local de provas de vela

Estadão

 SÃO PAULO - Projeto Olho Verde sobrevoou a Baía de Guanabara e detectou presença de resíduos também nas praias da Zona Sul carioca. Governo do Rio firmou acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e investirá mais R$ 1 milhão para despoluir o balneário fluminense.

Palco das provas de vela dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, a Baía de Guanabara ainda sofre com a poluição, a pouco mais de dois anos do evento. A constatação é do biólogo Mário Moscatelli, mestre em ecologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e responsável pelo projeto Olho Verde. A iniciativa sobrevoa, com helicópteros, a bacia hidrográfica fluminense com o objetivo de denunciar o impacto provocado pelo despejo de lixo e esgoto de maneira inapropriada.

"A Baía de Guanabara recebe resíduos de quase todos os rios que nela deságuam. Isso já é de conhecimento público. Nessa última observação, notamos que o lixo acaba se deslocando e chega nas praias do Flamengo e Copacabana, por exemplo. A movimentação depende da Maré", afirma Mário Moscatelli, que realizou mais uma análise das condições do balneário na última terça-feira. As provas de iatismo em 2016 acontecerão na Marina da Glória.

O programa, iniciado em 1997, conta com o apoio da Câmara Comunitária da Barra. De acordo com o boletim de balneabilidade do Instituto Estadual do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro (Inea) divulgado hoje, as praias de São Conrado, Vidigal, Urca, Botafogo e Flamengo estão impróprias para o banho. A região onde estão localizadas essas praias concentra grande parte da rede hoteleira carioca. Em matéria publicada pelo Estado na terça-feira, atletas brasileiros e estrangeiros reclamaram das condições das águas.

A Secretaria de Estado de Ambiente (SEA) do Rio firmou, em fevereiro, um acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a limpeza da baía. No total, a instituição internacional liberará R$ 1 milhão para o programa. O projeto contará com o apoio técnico da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos."Os políticos fluminenses e brasileiros estão deixando muito tempo passar. Essa atitude lesa a imagem do país internacionalmente. Com relação ao processo de limpeza da baía, ainda estamos na estaca zero", lamenta Mário Moscatelli.
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