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Atrasos em obras olímpicas preocupam federações esportivas

Terra

 Federações esportivas que vão participar da Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro fizeram fortes críticas ao governo brasileiro nesta terça-feira pelo que afirmam ser atrasos na construção dos locais de competição e falta de apoio.

Os organizadores da primeira Olimpíada da América do Sul vêm recebendo alertas para acelerar os preparativos, e o Comitê Olímpico Internacional (COI) pediu melhor cooperação entre o governo e os organizadores para que isso aconteça.

"Como integrante da comissão de coordenação da Rio 2016, tenho que compartilhar com vocês muitas preocupações", disse Francesco Ricci Bitti, que encabeça a associação de federações olímpicas internacionais (Asoif, na sigla em inglês), aos membros do organismo em uma conferência em Belek, na Turquia. "Estamos satisfeitos com nosso relacionamento com o comitê organizador (da Olimpíada de 2016 no Rio), mas o apoio do governo é tardio e insuficiente. O fluxo de caixa não é positivo, e o apoio está atrasado e não chega. Eles têm muito discurso, mas não dinheiro, e palavras não bastam", completou.

Os organizadores da Olimpíada estão com o cronograma atrasado em muitos projetos, e os operários do Parque Olímpico começaram uma greve por melhores salários na semana passada. Os trabalhadores bloquearam uma importante avenida da zona oeste do Rio de Janeiro na manhã desta terça-feira e alertaram que os protestos irão continuar.

"O prazo de entrega da parte da obra para a Olimpíada já começa a ficar comprometido. Vamos parar por tempo indeterminado e o consórcio deve ir para a Justiça", disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintraconst-Rio), Carlos Antonio Figueiredo Souza.

O alerta acontece um dia depois que tiros foram disparados durante um atrito entre trabalhadores e seguranças no local da obra. O segundo Parque Olímpico, em Deodoro, que sediará oito modalidades esportivas, está bem atrás do cronograma inicial de construção, despertando novos temores nas federações.

O campo de golfe olímpico também está enfrentando problemas, e o COI vem repetindo que os brasileiros, que também estão atrasados nas obras da Copa do Mundo deste ano, não têm um dia a perder.

"Estão atrasando, atrasando, atrasando", afirmou Ricci Bitti, membro do COI e chefe da federação internacional de tênis. "Esta é uma preocupação do movimento olímpico, e temos que agir".

O COI disse estar montando forças-tarefa individuais para monitorar de perto progressos específicos.

"Ainda acho que podemos fazer dar certo e ter uma ótima Olimpíada", declarou Agberto Guimarães, diretor-executivo esportivo da Rio 2016 aos delegados no mesmo encontro. "Ajudem-me a sair dessa são e salvo".
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