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Protesto no Campo Grande marca 1 ano da morte de estudante da UFBA

G1

 O Grupo Gay da Bahia (CGB), vai realizar neste domingo (13) às 14h, no Campo Grande, juntamente com amigos e familiares do estudante Itamar Ferreira de Souza (25), um protesto pedindo por justiça no caso da morte do estudante, assassinado há um ano na Praça do Campo Grande, onde foi encontrado morto dentro de uma fonte.

Segundo a nota divulgada pelo GGB, a ultima audiência, marcada para 1º de abril deste ano, na 15ª vara Criminal em Sussuarana, teve de ser adiada para quatro de setembro, porque um dos acusado não compareceu. Dos acusados pelo crime, apenas uma foi à audiência, acompanhada por um advogado e familiares.

Um adolescente que estaria envolvido no crime ainda não foi ouvido. Um outro suspeito conhecido apenas como 'Índio', ainda é procurado. Uma nova carta-precatória será expedida para que o depoimento do menor envolvido seja acrescentado ao caso.

Audiência de instrução
A audiência de instrução de dois acusados de envolvimento na morte do estudante Itamar Souza, em abril de 2013, foi realizada no dia 14 de novmembro de 2013, na 15ª Vara Criminal de Sussuarana, em Salvador. Na ocasião, foram ouvidas testemunhas de defesa e acusação do caso.

Estudante de Produção Cultural da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o jovem morreu após série de agressões com golpes e pedradas na praça do Campo Grande. Além dos dois acusados, um adolescente que também teria participado do crime foi apreendido. Um outro suspeito, conhecido como "Índio", não foi localizado pela polícia até o momento.

Na audiência, foi ouvido um jovem que estava com Itamar no momento do crime, além de policiais. Segundo uma advogada da família do estudante, após as oitivas, a audiência foi interrompida, porque o adolescente, que já é maior de idade e não continua mais apreendido, não foi intimado. "Foi interrompida porque precisa do depoimento dele para elucidação melhor dos fatos. A audiência será retomada no dia 1º de abril", revela a advogada, que prefere não se identificar.

Manoela Ferreira, uma das irmãs de Itamar, esteve na audiência. Ela conta que ainda é muito difícil para a família conviver com a perda do irmão. "Minha mãe envelheceu uns 15 anos. Ela está se sentindo mal. Ela não veio porque não conseguiria ficar de frente com eles [acusados]", afirma. "É muito difícil saber que ela está na rua, vivendo a vida que meu irmão poderia estar vivendo", acrescenta Manoela.

O presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), Marcelo Cerqueira, esteve na audiência em Salvador. A entidade acompanha o caso por apontar motivação homofóbicas na morte do universitário.

Em abril, o juiz Antônio Silva Pereira, da 15ª Vara Criminal, concedeu liberdade a uma suspeita do crime por considerar que não houve flagrante e porque ela não tinha antecedente criminal. Segundo Marcelo Cerqueira, ela chegou no local da audiência com familiares. Já o outro acusado, que está preso, entrou algemado.
Família

No dia 5 de maio de 2013, parentes, amigos, políticos e militantes do movimento LGBT Bahia se uniram na Praça do Campo Grande para lembrar o aniversário de 26 anos do universitário. Segundo Carla Ferreira, irmã do estudante, revelou na ocasião que a noite era o momento em que mais sente falta dele. "A dor é ainda maior quando a pessoa é tirada desta forma da vida da outra, de maneira brutal”.

De acordo com a irmã, a mãe de Itamar toma remédio controlado depois da fatalidade e não se alimenta direito. Após o crime, a mãe está mais preocupada com os outros filhos e cobra deles quando chegam tarde em casa, informou Carla.

Ela acrescenta que todos os objetos continuam no mesmo lugar. “A família ainda guarda tudo, um papel com sua letra, suas roupas, livros e fotos, nada foi desfeito”. Ela ainda disse que toda vez que o irmão mais novo chora toda vez que ver as coisas de Itamar.

O crime

O corpo de Itamar Ferreira Souza, 25 anos, foi achado submerso em uma fonte e com um ferimento no rosto. Segundo a polícia, o estudante estava com um outro rapaz, quando foi abordado pelos moradores de rua. O grupo teria agredido e levado pertences das vítimas.

De acordo com familiares, por volta das 22h da véspera do crime, Itamar entrou em contato com a mãe pelo celular e contou que estava em um bar no mesmo bairro junto com amigos. O inquérito policial foi enviado ao Ministério Público da Bahia.
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