Em comunicado encaminhado à comunidade acadêmica na madrugada desta terça-feira (28), o reitor da USP (Universidade de São Paulo), Marco Antônio Zago, afirmou haver uma crise financeira na instituição.

Zago divulgou que, no final de 2012, o orçamento da universidade equivalia a R$ 3,23 bilhões, “incluído nesse valor quase R$ 1 bilhão de receitas próprias, convênios e economia orçamentária que várias unidades fizeram durante os últimos anos”.

Porém, no final de 2013, essa reserva havia baixado para R$ 2,56 bilhões. A queda foi de 21%. A perspectiva é de que a diminuição do orçamento continue.

— Apenas nos três primeiros meses do ano corrente, passou para R$ 2,31 bilhões (saldo em 04/abril/2014), em função de compromissos assumidos anteriormente e que só foram pagos em 2014, escreve Zago em determinado trecho da carta.

O tom do comunicado é de alarde e apelo à comunidade acadêmica para compreensão das medidas que serão tomadas com a intenção de recolocar a USP em situação de normalidade financeira.

Foi anunciada a suspensão de novas contratações de pessoal por tempo indeterminado. Novas construções que não sejam indispensáveis ao interesse acadêmico também estão suspensas. Segundo o reitor, “simplesmente não há recursos para atender a novos prédios”.

Segundo Zago, a construção de novos prédios da universidade dentro e fora da Cidade Universitária, na zona oeste de São Paulo, a criação de programas inovadores no âmbito da graduação e da pesquisa e investimentos na internacionalização da universidade –ações realizadas na gestão do ex-reitor João Grandino Rodas– não são a raiz do problema.

— O cerne da dificuldade que se apresenta é que saímos, em 2011, de uma relação que estava próxima de 80% para gastos com pessoal e 20% para investimentos e outros custeios (considerada saudável para uma universidade) para uma relação que ultrapassou a casa dos 100% para pessoal no ano de 2013, escreve em outro trecho do comunicado.