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Mãe acha que filha foi morta porque iria terminar o namoro: 'Psicopata'

G1

 A prisão do namorado de Tatylla Cristina Marçal da Silva, de 24 anos, que desapareceu após sair de uma igreja de Jataí, no sudoeste do estado, trouxe um pouco de alívio para a família da vítima. Mãe da jovem, Adenilda Marçal Trindade disse que tinha certeza que o empresário estava envolvido na morte da filha.

“Coração de mãe sente. Acho que foi por aquele ‘nem pra mim e nem pra ninguém’ porque ela não estava querendo ele mais. Ela tinha me falado que ele era um psicopata, que não entendia ele. Ela estava há muito tempo chorando, falando que não queria saber dele. Ele sabia que ela não o queria”, disse.

De acordo com Adenilda, o suspeito dormia constantemente na casa da família. “A gente fazia almoço para ele, tratava bem. Ele usou e abusou dela a chegar nesse ponto”. Recentemente, Tatylla descobriu uma traição. “Ela descobriu que ele estava traindo. As mulheres contaram ainda que ele dava dinheiro para elas. Ela viu um vídeo”, disse a mãe.

Logo após a detenção do suspeito, na tarde de quinta-feira (8), os pais da vítima foram à Delegacia Regional de Jataí, onde ele estava preso. “A minha vontade é ver a cara dele e perguntar por que ele fez isso, por que uma maldade tão grande por pouca coisa, por R$ 18 mil”, lamenta a mãe.

Para o delegado regional de Jataí, André Fernandes, não há dúvidas de que o homem é suspeito de ser o mandante do sequestro e da morte de Tatylla. No entanto, o motivo do assassinato ainda não foi esclarecido.

De acordo com a polícia, o empresário teria contratado dois homens por R$ 18 mil para sequestrar e matar a namorada. Cerca de R$ 10 mil teria sido pago antes do sequestro da jovem e a outra parte, depois do homicídio.
“Nós temos provas contundentes de que ele foi o mandante do crime e pagou uma importância em dinheiro para os executores, que são de Jataí. Agora, a polícia está atrás deles. Voltamos nossos objetivos para esses executores, para que seja finalizada a investigação”, afirmou o delegado regional de Jataí André Fernandes.

De acordo com as investigações, depois do sequestro, a vítima foi levada de Jataí para Goiânia. Imagens de um circuito de segurança de um hotel da capital mostraram a jovem sendo conduzida por dois homens, que são os supostos criminosos contratados. "Ela passou a noite no mesmo quarto que eles. Vamos investigar se ela também sofreu abuso", afirmou o delegado.

Desaparecimento

A jovem desapareceu no dia 13 de abril após sair de uma igreja em Jataí. “Eu liguei para ela, ela estava chorando e eu não perguntei o que foi. Aí eu a chamei para ir para igreja. Ela foi, saiu mais cedo e foi embora. Disse que ia dormir”, relatou a mãe da jovem na época.

Ao notar o desaparecimento da filha, Adenilda tentou ligar várias vezes para o celular de Tatylla, mas as ligações sempre caiam na caixa postal. Câmeras de segurança registraram o carro da jovem sendo seguido por uma caminhonete, que segundo a polícia, pertence ao namorado dela. Em depoimento logo após essa constatação, o suspeito negou que se encontrou com Tatylla no dia em que ela desapareceu.

No dia 17 de abril, o carro de Tatylla foi encontrado em uma casa de Goiânia durante uma operação do Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer) da Polícia Militar. Na mesma ação, a polícia prendeu seis pessoas, entre elas um idoso de 77 anos e uma mulher de 35 anos, e apreendeu um menor de 17 anos. Segundo a Polícia Militar, os suspeitos afirmaram que pegaram o veículo com terceiros e disseram não ter informações sobre o sumiço da jovem.

No dia seguinte, a polícia encontrou o corpo da vítima em uma pedreira de Goiânia. Ela foi enterrada no dia 19, em Jataí.
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