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Terminal 3 de Cumbica é inaugurado com goteiras e sem água em banheiro

G1

 Inspirado em modelos asiáticos, o novo terminal de passageiros do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, foi inaugurado na madrugada deste domingo (11) com velhos problemas já conhecidos pelos brasileiros.

Goteiras, falta de água nos banheiros e ausência de sinalização foram as principais falhas identificadas pela reportagem do G1 e apontadas pelos passageiros que circulavam no local.

Procurada para comentar o assunto, a assessoria de imprensa da concessionária GRU Airport se pronunciou até a publicação da reportagem.

O novo terminal foi entregue no último dia do prazo para conclusão de obras previstas no primeiro ciclo da concessão. Caberá a técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) avaliar se todos itens previstos em contrato foram cumpridos, sob risco de multa. Nesta manhã, técnicos vistoriaram o Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), que também tinha obras que deveriam ser entregues neste domingo.

Entretanto, parte dos trabalhos foram interditados em Campinas por causa de risco aos trabalhadores. Com obras atrasadas, a concessionária e pode receber multa de R$ 170 milhões e mais R$ 1,7 milhão por dia de atraso, de acordo com o resultado da vistoria.

Pendências em Cumbica
Em Cumbica, o Terminal 3 foi construído durante um ano e sete meses de obras. Ele será exclusivo para voos internacionais e vai dar ao aeroporto a possibilidade de receber mais 12 milhões de passageiros por ano. Apesar do projeto moderno, com 27 esteiras, 350 câmeras de segurança e mais de 100 lojas, o novo espaço recebeu críticas por falhas de funcionamento.

A primeira dificuldade encontrada pelos usuários foi a falta de placas de sinalização. Quem deixava o carro no edifício garagem, anexo ao terminal, não sabia qual era o andar do embargue ou desembarque.

O mesmo problema foi detectado no primeiro piso, conhecido como a área de desembarque dos passageiros. Faltam placas de indicação para os banheiros masculinos e femininos. Além disso, quem usou os toaletes neste domingo não conseguiu lavar as mãos, já que não havia água disponível nas torneiras. Os secadores de mãos automáticos também estavam desativados.

A água que fazia falta em um local, sobrava em outros e provocava transtornos. Goteiras estão espalhadas pelo novo terminal e cones foram colocados no chão para indicar que o piso estava molhado.

“Eu acho que capricharam muito em algumas coisas e deixaram a desejar em outras, como a falta d’água. Também faltam bancos nas áreas externas”, reclamou uma funcionaria terceirizada do aeroporto, que preferiu não se identificar com medo de retaliações

Novo conceito
A GRU Airport afirma que a distribuição das estruturas para os passageiros têm como foco privilegiar os deslocamentos, deixando corredores livres antes da "área restrita", área antes dos raios-X de inspeção de segurança. Por isso, não há bancos no saguão de passagem nem tomadas para os usuários. Também neste domingo, esteiras rolantes, que ligam o terminal à garagem, estavam desligadas e os passageiros eram obrigados a empurrar as malas.

“Eu achei que o terminal é bom, mas nesse momento há muito o que fazer. O caminho é esse, mas temos que acelerar. Cheguei com um grupo e não havia uma placa indicativa de embarque. É preciso cuidar dessa logística”, afirmou o agente de turismo Claudenir de Carvalho, de 55 anos, enquanto andava na esteira rolante desligada.“É uma coisa típica do Brasil, inaugurar obras não acabadas”, lamenta ele.

Passageiros também enfrentavam problemas de comunicação com a telefonia celular e conexão de internet de algumas operadoras, como a Vivo e a Claro que apresentavam frequentes oscilações de sinal.
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