A velha expressão de “comprar gato por lebre” talvez seja exagero, mas é certo que o Partido da República, disputado quase a tapa por governistas e oposicionistas nos últimos meses, em Mato Grosso, não é sequer sombra do gigante eleitoral de 2010, quando elegeu o senador Blairo Maggi, o deputado federal mais votado da história e sete estaduais.
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E a maior prova disso são os números de 2012, quando analisados friamente, sendo implacáveis com o PR. Embora o presidente da Executiva do PR, deputado federal Wellington Fagundes, e o secretário geral, deputado estadual Emanuel Pinheiro Sobrinho, alardeiem que o partido continua sendo o maior de Mato Grosso, na prática é a quarta maior legenda.
Em 2012, o PR recebeu 143.703 votos para prefeito, segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Os republicanos ficaram atrás do PMDB, com 324.543; PSD, com 281.388; e PT, com 231.524 sufrágios nas eleições municipais.
Os republicanos elegeram 13 prefeitos – a maioria em grotões – em 2012, contra 39 do PSD e, ainda, 29 do PMDB. O PT elegeu 10. Computando apenas os partidos da base aliada do governador Silval Barbosa (PMDB), foram conquistadas 98 prefeituras, sem contar as 12 atuais que migraram para o recém-criado Pros.
Todos os prefeitos eleitos pelo PR, juntos, receberam 49.365 votos diretos, segundo registros do TRE. A maior prefeitura conquistada pelo PR em 2012 foi a de Sorriso, com o prefeito Dilceu Rossato (PR). Já o PMDB, que elegeu prefeitos em grandes pólos, como Walace Guimarães, em Várzea Grande; Juarez Costa, em Sinop; Francis Maris Cruz, em Cáceres; e Nilson Santos, em Colíder, obteve 230.405 sufrágios na cabeça de chapa. E o PSD chegou a 230.405, chegando a ter mais que o dobro dos votos do PR.
Se há menos de dois anos, quem mais recebeu votos em Mato Grosso foi o PMDB, quem mais regrediu foi o PR.
Nº |
Quantidade de Prefeitos Eleitos |
Partido |
Quantidade de Votos Válidos |
Porcentagem de Votos Válidos |
|
|
|
|
|
01 |
PMDB |
29 |
230.405 |
48,90% |
02 |
PSD |
39 |
133.576 |
28,35% |
03 |
PR |
13 |
49.365 |
10,48% |
04 |
PT |
10 |
37.685 |
8,00% |
05 |
PP |
06 |
18.319 |
3,89% |
06 |
PC do B |
0 |
0 |
0,00% |
07 |
PSC |
1 |
1.842 |
0,39% |
08 |
PROS |
0 |
0 |
0,00% |
Total |
|
|
471.192 |
100% |
Visão quantitativa do total de prefeitos eleitos, por partido, desta coligação, nas eleições municipais de 2012, em MT.
Maior bancada
Já o atual gigantismo da bancada do Partido da República na Assembleia Legislativa de Mato Grosso, praticamente impede a tão esperada renovação. E, sem Blairo Maggi para ‘puxar’ a legenda, a reeleição é um tema que aflige cada vez mais os dirigentes.
Atualmente, ocupam uma cadeira no Edifício Dante Martins de Oliveira, pelo PR: Mauro Savi, primeiro secretário da Assembleia; Sebastião Rezende, Wagner Ramos, João Malheiros, Emanuel Pinheiro, Ondanir Bortolini – o ‘Nininho’, e Jota Barreto, líder do governo Silval na Assembleia. Todos desejam mais quatro anos de mandato.
E isso tem prejudicando até mesmo a busca por alianças. Seja na base aliada do governo ou na oposição, nenhum partido deseja o PR em sua aliança para deputado estadual. Em 2010, o PR formou chapa com o PMDB e PT. A aliança elegeu seis republicanos, quatro peemedebistas e dois petistas.
O hoje conselheiro do Tribunal de Contas, Sérgio Ricardo de Almeida, então deputado pelo PR, foi o mais votado na coligação, com mais de 85 mil votos, sendo o segundo no geral – atrás apenas do deputado José Geraldo Riva (PSD). Hoje o PR não tem mais Sérgio Ricardo para puxar votos. Quem deve desempenhar esse papel é Mauro Savi, que não possui perfil idêntico ao de Sérgio.