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Contra o Grêmio, Corinthians faz 1ª visita ao "recomeço"

Folha de S.Paulo

"Não dá para esquecer. Foi 3 de dezembro. Foi o começo de tudo o que aconteceu depois.'' A frase é de Felipe. O goleiro corintiano ainda fecha o semblante ao rememorar o dia da queda do Corinthians para a segunda divisão, em 2007. Mas, ao mesmo tempo, considera-o como o momento que o clube alvinegro começou a renascer.

Neste domingo, Felipe volta pela primeira vez ao local do 1 a 1 contra o Grêmio naquele Brasileiro de triste recordação para todos os corintianos. Mas, como ele mesmo resumiu, volta diferente ao estádio Olímpico. Volta com um Corinthians por cima, com autoestima elevada. Coroado como campeão.

Além de Felipe, pouco restou no clube paulista do último encontro com os gremistas. A bem-sucedida "reforma'' provocada pela passagem do time pela Série B nacional transformou uma equipe recheada de jogadores de talento duvidoso em um elenco agora cobiçado e com atletas com passagem pela seleção brasileira.

"O fantasma do rebaixamento daquele dia já morreu há bastante tempo'', diz Felipe. "Só eu estava em campo naquele dia e estarei agora'', pondera o goleiro, com a ressalva de que Dentinho fazia parte do elenco rebaixado na visita ao estádio Olímpico há quase dois anos, mas estava na reserva na partida final daquele Nacional. "Para mim, vai ter um gosto especial'', completa o camisa 1.

Talvez a grande mudança entre aquele time rebaixado e o atual campeão paulista e da Copa do Brasil, hoje candidato ao título do Brasileiro, seja representada pelo centroavante das duas versões da equipe.

Em 2007, Clodoaldo foi o autor do gol de empate que poderia ter salvado o clube da queda. Hoje, é com Ronaldo que a equipe conta para salvá-la nos momentos mais decisivos.

O sucesso do Fenômeno, aliás, é uma das maiores vitórias da atual diretoria, que na ocasião do rebaixamento estava prestes a completar dois meses de administração no clube. A aposta na recuperação de Ronaldo redirecionou os holofotes para o Corinthians e também foi fundamental para a chegada dos títulos já conquistados nesta temporada.

Mas nem tudo na "revolução'' corintiana, ocorrida ao longo do último ano e meio, foi tão bem-sucedido assim. A saúde financeira ainda é débil, como nos tempos em que o rebaixamento batia às portas do Parque São Jorge e se tornou realidade para o time.

No último balancete divulgado pela diretoria, referente às contas até 31 de maio deste ano, o clube paulista acumula uma dívida de mais de R$ 103 milhões. O valor, que chegou a cair para a casa dos R$ 90 milhões no ano passado, é muito semelhante ao da temporada da queda --pior que isso, é ligeiramente maior.

Em 2007, o clube fechou com débitos acumulados em um total de R$ 101 milhões. "Para ser campeão não basta ir bem em campo e dar tudo errado fora dele'', alerta Felipe.

Grêmio
Vitor; Thiego, Léo, Réver e Fábio Santos; Adílson, Túlio, Tcheco e Souza; Jonas e Máxi Lopes. Técnico: Paulo Autuori

Corinthians
Felipe; Alessandro, Chicão (Jean), Diego e André Santos; Cristian, Elias e Douglas; Jorge Henrique, Ronaldo e Dentinho. Técnico: Mano Menezes

Local - Estádio Olímpico, em Porto Alegre, às 16h
Juiz - Francisco Carlos Nascimento (AL)
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