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Greve dos Policias Civis continua e reconstituição da morte de dançarino é cancelada

globo.com

 A decisão de manter a paralisação dos Policiais Civis por mais 24 horas adiou mais uma vez a reconstituição da morte do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, que estava prevista para esta quarta-feira (21). DG, que era dançarino do programa Esquenta, da TV Globo, foi achado morto no mês passado, no terreno de uma creche no Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul do Rio. A operação classificada de ronda da cidade também foi cancelada.

Representantes da Polícia Civil do Rio de Janeiro estão no Palácio Guanabara, na Zona Sul da cidade, para negociar com o governador Luiz Fernando Pezão. Os policiais civis do Rio, que pararam na quarta-feira (21) por 24 horas junto com agentes de outros nove estados e do Distrito Federal, decidiram manter o movimento por mais 24 horas. A Polícia Militar reforça a segurança nas imediações do Palácio Guanabara. Os agentes cobram a incorporação de uma gratificação de R$ 850 ao salário, além de um aumento no tíquete-refeição e no vale-transporte. Mesmo com a greve da Polícia Civil, as delegacias estão abertas, mas apenas casos de violência e prisões em flagrante são registrados.

O caso "DG"

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, disse que não descarta o envolvimento de policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora do Morro do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, na Zona Sul, na morte do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, de 26 anos. O secretário disse que ainda não é possível indentificar os autores do crime. De acordo com Beltrame, o corpo do jovem foi encontrado na quarta-feira, dia 23 de abril, na favela, um dia após um confronto no alto da comunidade entre PMs e criminosos fortemente armados. O secretário explicou que o conflito começou após a polícia realizar uma busca pelo traficante Adaulto Nascimento Gonçalves, que foi preso em 2008 e solto há quatro meses. Ele teria voltado a chefiar a quadrilha de traficantes da favela.

A Polícia Civil do Rio diz saber o caminho que o dançarino percorreu antes de morrer no Pavão-Pavãozinho. O delegado Gilberto Ribeiro não quis revelar o percurso para não atrapalhar as investigações. A bala que matou o dançarino ainda não foi encontrada.

José Mariano Beltrame confirmou ainda que o laudo sobre a causa da morte do dançarino, conhecido como DG, indica que a vítima tinha uma perfuração de arma de fogo. No primeiro laudo divulgado pela Polícia Civil constava que a morte poderia ter sido causada por uma queda, devido às escoriações observadas na vítima. As balas que atingiram o jovem ainda não foram encontradas. A mãe do dançarino, Maria de Fátima, também prestou depoimento. Ela reafirmou que o filho foi encontrado com marcas de tortura.
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