Imprimir

Notícias / Brasil

Agência paga outra viagem para quem for contaminado pela nova gripe

g1

Para driblar a redução na demanda de viagens para o Chile por causa da nova gripe, uma agência de turismo está oferecendo uma outra viagem ao país, no ano que vem, para quem for contaminado pela doença.

A agência Terra Mundi, que fica na capital paulista, faz a promoção em parceria com uma operadora chilena. Quem comprovar que pegou a nova gripe durante a viagem deste ano ganha a parte terrestre (passeios e hospedagem) para ir ao país novamente em 2010. “Essa promoção é para dar mais segurança para as pessoas que estão interessadas em viajar, mas preocupadas em contrair a gripe”, afirmou Danilo Rondinelli, diretor comercial da agência.

A promoção é válida até setembro. É preciso, no entanto, comprovar com documentos que os sintomas da nova gripe começaram até sete dias após o retorno. A agência diz que estuda incluir também a passagem aérea na promoção. “A ideia é que ninguém pegue, mesmo porque a situação está bem controlada. Nós até tivemos clientes que tinham comprado, queriam cancelar e assim que falamos da promoção toparam viajar.”

A viagem poderá ocorrer em qualquer período do ano que vem, sem restrição de alta ou baixa temporada. Mas apenas o doente ganha, o acompanhante terá que pagar sua parte. Segundo Rondinelli, a expectativa é que as vendas aumentem, depois do impacto negativo das informações sobre a doença. “Nós tivemos cerca de 15% de cancelamentos ou remarcações. Tiveram pessoas que preferiram ficar com crédito ou mudar o destino.”

Queda de 80%


A nova gripe provocou uma grande queda na procura por alguns destinos nestas férias de julho. De acordo com Leonel Rossi Júnior, diretor de assuntos internacionais da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), o maior impacto ocorreu nos roteiros para a Argentina. “O impacto para a Argentina foi muito violento, você tem, em alguns casos, uma queda de 80%”, afirmou.

Por causa dos casos da doença, o governo argentino decretou "feriado sanitário" na sexta-feira (10) para os servidores públicos federais. A capital do país e a maioria das 23 províncias argentinas, inclusive a de Buenos Aires, decretaram estado de emergência. As aulas foram suspensas por um mês e as atividades públicas, proibidas.

Desistência


Com medo, muitos brasileiros desistiram da viagem já comprada, o professor Rodney Nascimento, de 39 anos, embarcaria para o Chile no dia 13 de julho, onde ficaria por uma semana. Depois, seguiria para Buenos Aires. Com medo da doença, ele desistiu da viagem e briga para não arcar com um prejuízo de US$ 150 pelo cancelamento. “Não vou porque minha saúde vale muito mais, prefiro perder os US$ 150. Como eu tenho família, mãe idosa, acho um pouco complicado.”

Amigos que o receberiam na Argentina aconselharam o professor a não seguir viagem. “Meus próprios amigos argentinos disseram para não ir porque a situação estava complicada”, contou. Ele ainda não decidiu para onde irá nas férias de julho. O Procon diz que o consumidor não deve pagar multas por cancelamento das viagens.

A publicitária Francini Cardinali, de 30 anos, iria com o marido para Buenos Aires no feriado de 9 de julho e decidiu adiar depois que soube da decretação do estado de emergência. “Estamos com medo de ir. O principal problema é trazer a gripe para o país”, disse.

Ela terá que pagar R$ 200 para poder remarcar a passagem em até um ano. O casal pretende viajar em setembro, desde que a situação esteja normalizada. Segundo Rossi Júnior, as agências adotam diferentes medidas para os casos de desistência. “São casos muito diferentes, uns têm financiamentos, outros não. Uma operadora que vendeu 10 mil pacotes e tem 5 mil cancelados não tem o dinheiro na hora [para reembolso]”, disse.

O diretor da Abav diz que a principal dificuldade do setor é que os hotéis da Argentina não devolvem o dinheiro, apenas oferecem créditos para serem usados em baixa temporada. Ele afirma que a associação procurou o Ministério do Turismo para que seja feito um contato com o governo argentino para discutir o caso.

A companhia aérea Gol disse que, nas últimas três semanas, houve uma queda de mais de 50% nas vendas de passagens para a Argentina, em comparação ao mesmo período do ano passado. A empresa diz que não cobra taxa de cancelamento e remarcação de clientes que adquiriram passagens para Argentina e Chile antes de 24 de junho, apenas eventuais diferenças tarifárias. A oferta de voos permanece inalterada.
Imprimir