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Polícia investiga se mãe deu garoto que sumiu na rodoviária de Goiânia

G1

 A Polícia Civil investiga se a mãe e o padrasto do menino de 4 anos, que desapareceu na manhã de quinta-feira (5), no Terminal Rodoviário de Goiânia, deram o garoto ao pedreiro de 35 anos, preso suspeito de cometer o sequestro. Câmeras de segurança registraram o momento em que o homem sai com a criança do local, por volta das 7h. Dez horas depois, o suspeito a entregou ao Conselho Tutelar da Região Noroeste.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Rannor de Araújo, do 1º Distrito Policial, as imagens também revelaram que o pedreiro pagou lanche para a mãe e o padrasto da criança antes da denúncia de sequestro. “Ele [suspeito] passou a noite na rodoviária, da mesma forma que a família. Conversou e pagou lanche para o casal. Pagou até cerveja para o padrasto”, afirmou o investigador.

De acordo com o delegado, há a possibilidade do casal ter feito a denúncia de sequestro apenas para despitar. “A mãe não teve reação, não ficou transtornada com o desaparecimento. Suspeito que eles quiseram se desfazer do menino porque a mãe disse que o marido não gostava muito da criança. Talvez, eles procuraram a delegacia para dar uma satisfação aos familiares e ao pai do menino”, afirma.

A hipótese de que o casal entregou o garoto ao pedreiro deve ser investigada pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), para onde o caso será encaminhado. Exames feitos no Instituo Médico legal apontaram que a criança não sofreu violência. Até o início da manhã desta sexta-feira (6), o suspeito continuava detido no 1º DP.

O menino estava com a mãe, o padrasto e dois irmãos menores no terminal rodoviário, no Centro da capital, quando desapareceu, por volta das 7h. A família mora em Santa Maria, no Distrito Federal, e, no momento em que a criança sumiu, comprava passagens para Britânia, no noroeste de Goiás, onde moram parentes do padrasto.

A criança foi entregue pelo próprio suspeito do sequestro ao Conselho Tutelar da Região Noroeste, dez horas depois de ter sido levado. A família passou a noite no 1º DP e deve seguir viagem nesta sexta-feira.

Versão do suspeito

Ao entregar o garoto no conselho, o pedreiro alegou que o encontrou perdido no Terminal de Ônibus Padre Pelágio. “Ele disse que voltava de uma consulta e achou o menino no terminal quando voltava de ônibus para casa”, afirmou o conselheiro Basileu Magnólio da Silva.

O suspeito apresentou a mesma versão em depoimento no 1º Distrito Policial, onde o caso foi registrado. No entanto, imagens de câmeras de segurança mostram que o menino foi levado da rodoviária. Para o delegado, o discurso do pedreiro é “incoerente” em vários pontos. “Primeiro ele mentiu o lugar que sequestrou a criança. A segunda mentira foi que ele não encontrou os pais do menino e nem os conhecia, mas as imagens mostram o contrário”, explicou o delegado.

Em entrevista à TV Anhanguera, o padrasto, Paulo Sérgio da Silva, também afirmou que não conhecia o homem que aparecia no vídeo. "A gente foi comprar passagem. Na hora que ela [a mãe] soltou a mão dele para pegar o dinheiro, ele correu e nós não conseguimos pegar ele mais. Acho que já tinha um homem chamando ele. Não o achamos mais", afirmou Silva.

De acordo com Araújo, de qualquer forma o pedreiro será indiciado por sequestro. “Alguém deve tê-lo alertado sobre ficar com a criança e ele resolveu devolvê-la. Para mim não atenua em nada. Configura o crime de sequestro previsto no artigo 148, parágrafo primeiro, inciso 4, contra menor de 18 anos. A pena varia de dois a cinco ano de prisão", disse Araújo.


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