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Notícias / Copa 2014

Por causa dos feriados extras, alguns trabalhadores receberão dobrado na Copa

R7

 Os jogos da Copa do Mundo no Brasil foram definidos como feriado em algumas das 12 cidades-sede. A maioria delas terá ponto facultativo e horários diferenciados para os funcionários públicos. Apesar disso, mesmo onde será feriado, não são todos os trabalhadores que vão desfrutar desse benefício.

Três cidades decretaram feriados na Copa: São Paulo, na abertura (dia 12); Fortaleza, no segundo jogo da seleção (dia 17); e Rio de Janeiro, nos dias 18 e 25 de junho, após o meio-dia — apenas no dia 4 de julho os cariocas terão folga o expediente inteiro (confira ao final como ficam os dias de jogos em cada local).

No entanto, cariocas e paulistanos definiram que alguns setores não terão direito ao feriado. São eles: comércio de rua, bares, restaurantes, centros comerciais e shopping centers, pontos turísticos, hotéis, além de serviços essenciais e imprensa. Com isso, as empresas desses setores não são obrigadas a dar folga. Elas até podem conceder o benefício a seus empregados, mas por decisão própria.

Em São Paulo, os trabalhadores de comércio, que inicialmente estavam nessa lista dos que não teriam direito ao feriado, protestaram contra a decisão e conseguiram a alteração no decreto. Com isso, eles passam a ter direito ao benefício e, se trabalharem nessas datas, receberão vale-refeição, folga e remuneração em dobro.

Em razão disso, advogados trabalhistas afirmam que os profissionais que trabalham em São Paulo, Rio e Fortaleza devem ficar atentos para saber se receberão dobrado, se terão de trabalhar e compensar outro dia, ou se não terão qualquer benefício, pois terão que trabalhar normalmente.

Direitos

De acordo com o especialista em direito do trabalho Fernando Cassar, as regras trabalhistas para esses feriados são as mesmas válidas para os demais.

— Isso quer dizer que quem trabalhar no feriado — exceto as categorias que estão excluídas nos decretos municipais de cada cidade — terá direito ao pagamento em dobro ou a uma folga adicional.

Cassar afirma que, no Rio de Janeiro, o decreto não deixa claro se algumas categorias devem ser excluídas ou não do feriado, como porteiros e empregados domésticos. Nesses e em outros casos em que haja dúvida, o especialista sugere que patrões e trabalhadores usem o bom senso.

Ponto facultativo

Nas cidades em que não houver feriado, mas apenas ponto facultativo, as empresas não estão obrigadas a dar o feriado. Com isso, os profissionais não vão receber nada a mais se trabalharem nos dias dos jogos. No entanto, segundo o diretor da empresa Direto Contabilidade, Gestão e Consultoria, Silvinei Cordeiro Toffanin, qualquer lojista pode decidir não abrir a loja, “porque às vezes não compensa”.

— As empresas que possuem acordo de banco de horas assinado com os funcionários pode fazer um expediente diferente e compensar, por exemplo, trabalhando uma hora a mais nos outros dias da semana.

Custo

Um estudo feito pela FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) indicou que, nas empresas onde não houver dispensa de funcionários em dias de jogos, os gastos adicionais na folha de pagamento poderão chegar a R$ 135 bilhões.

O valor inclui os encargos trabalhistas e as horas extras em dias de feriados, quando os empregados têm direito a receber o dobro do que ganham em dia normal de trabalho.
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