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Ministério Público Federal quer parar buscas de corpos do Araguaia

Folha Online

O MPF-PA (Ministério Público Federal) no Pará encaminhará ofício ao ministro Nelson Jobim (Defesa) pedindo a suspensão imediata das operações de busca dos corpos dos guerrilheiros desaparecidos durante a guerrilha do Araguaia, no sudeste do Pará. Para os procuradores da República, as famílias dos guerrilheiros estão apreensivas com a forma como as buscas estariam sendo conduzidas.

Os familiares e procuradores querem participar das buscas, além de ter acesso a informações da operação.

"Toda e qualquer medida efetiva de campo, se não articulada de forma absolutamente cautelosa e transparente pelo Exército --com ampla divulgação de motivos, organograma de atividades, relação de integrantes e suas respectivas atribuições, bem assim, garantia de participação ativa de todos os interessados-- implicaria déficit democrático das medidas e poderia acarretar receios e suspeitas por parte dos representantes das famílias dos guerrilheiros, entidades de defesa de direitos humanos e, enfim, de toda a sociedade civil", dizem os procuradores Tiago Rabelo e André Raupp, que assinam o ofício encaminhado ao Ministério da Defesa.

A guerrilha

O episódio histórico conhecido como guerrilha do Araguaia aconteceu na segunda metade dos anos 60 e na primeira dos 70. Adepto da luta armada contra o regime militar, o PC do B enviou para o Araguaia cerca de 70 militantes, a maioria jovens.

Eles tinham a incumbência de iniciar um movimento, inspirado na revolução ocorrida na China nas décadas de 20, 30 e 40, que resultaria, na concepção dos dirigentes comunistas, na queda do governo militar.

Tropas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica enviadas à floresta dizimaram os guerrilheiros. Até hoje não se sabe o paradeiro dos corpos.
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