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'A perna está horrível', diz pai de um dos adolescentes atropelados no RS

G1

 O empresário Sergio Gonzales trabalhava normalmente quando foi surpreendido pela notícia de que seu filho, de 16 anos, foi hospitalizado após ter sido atropelado durante um protesto na noite desta segunda-feira (16) em frente à Escola Estadual Érico Veríssimo, em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Segundo o Hospital de Pronto-Socorro da cidade gaúcha, o menino sofreu uma luxação e precisou ser submetido a uma cirurgia.

De 10 adolescentes atingidos, seis foram hospitalizados. À exceção do filho do empresário, os demais foram liberados durante a madrugada.
Segundo Gonzales, o jovem disse não ter visto o veículo se aproximando. "Ele disse que estava de costas e só viu o estouro, não conseguiu ver mais nada. A perna dele está horrível. O osso só na pele, ele grita de dor", afirma o empresário.
Todos os adolescentes atropelados eram alunos da mesma escola, e participavam de um protesto na Avenida Boqueirão, no Bairro Igara, para pedir mais segurança na região. "É uma parada que, quando vão ali, não demora 10 minutos e um menino é assaltado. Todos os dias tem assalto", diz o pai.

Segundo a polícia, um homem se irritou com o bloqueio do trânsito, discutiu com os jovens e sacou uma faca. Os jovens teriam investido contra o homem, mas foram impedidos porque um carro avançou contra os manifestantes. "O carro acelerou para cima deste grupo que tentou deter o rapaz com a faca, e 10 pessoas foram atropeladas", disse o delegado Marco Antonio Arruda Guns, responsável pelo caso.
A Polícia Civil diz ter identificado o condutor do veículo. Duas das vítimas reconheceram o suspeito que deve responder por tentativa de homicídio qualificada com seis vítimas. "Vamos juntar elementos que confirmem que ele realizou essa conduta e pedir prisão preventiva”, garantiu o delegado.

Guns ainda revela que os jovens teriam desobedecido a uma solicitação da Brigada Militar que determinava que a manifestação deveria ocorrer mais cedo e completa. "Isso não teria acontecido se eles tivessem recebido o apoio da Brigada Militar".
O coordenador da 27º Coordenadoria de Educação (Seduc), Luiz Antônio Nascimento, isentou a Brigada Militar de qualquer responsabilidade, e garantiu esforço para que o culpado seja punido. "Esse episódio em nada tem a ver com a BM, e sim com uma intolerância de um cidadão. Não podemos aceitar que alguém use o carro com uma arma poderosa colocando em risco a vida dos nossos alunos".
Em nota, a prefeitura de Canoas informou que na próxima quarta-feira (18) pela manhã vai tratar da reivindicação dos estudantes.
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