Ao contrário de anos anteriores, quando a maioria dos temas era exposto, o debate deste ano entre os candidatos ao governo de Mato Grosso é uma verdadeira incógnita. Os três pré-candidatos da base aliada do governador Silval Barbosa (PMDB), com exceção do ex-juiz Julier Sebastião Silva (PMDB), sequer esboçam o óbvio: a defesa do atual governo.

Julier, Lúdio e Daltro farão “debate” para base decidir quem será o candidato

O pré-candidato da oposição, senador José Pedro Taques (PDT), dá sinais de que vai adotar o estilo “Pedrinho paz e amor” e atacará somente se houver necessidade. Por enquanto, ele mantém o surrado discurso de que irá “debater projetos” para o desenvolvimento Mato Grosso.

Por estar à frente nas pesquisas de opinião pública sobre tendência do eleitorado, teoricamente, a falta de discussão favorece Pedro Taques.

E o já candidato José Marcondes Neto, o ‘Muvuca (PHS), único homologado em convenção, deixou implícita sua intenção de dissecar os incentivos fiscais do agronegócio e, ainda, ‘incomodar’ Taques.


A aridez de propostas tem frustrado as expectativas da população e, de certa forma, mantido os eleitores distantes do processo. Existe uma vasta gama de problemas a serem debatidos em público, para estabelecer o confronto de idéias. Todavia, os candidatos demonstram pouca disposição de fazê-lo.

O debate ocorrerá forçosamente por exigência da sociedade mato-grossense. Há necessidade de acontecer o aprofundamento da discussão básica sobre programa de governo. As perguntas estão no ar e a população deseja obter respostas de quem pretende comandar Mato Grosso.

A má notícia é de que o debate não existe. E a boa é de que não se vislumbra, atualmente, qualquer referência de um adversário para outro, de forma ofensiva. Provavelmente pela indefinicação da base governista, que há oito meses mantém três pré-candidatos a governador Mato Grosso: ex-vereador Ludio Cabral (PT), vice-governador Chico Daltro (PSD) e ex-juiz Julier Sebastião.