Ninguém sabe direito como as gírias surgem, mas a conversa da maioria dos jovens sempre está cheia delas. “90% das palavras que eu falo é gíria, assim, conversando com meus amigos”, comenta a estudante Camila.

As gírias variam de acordo com o lugar. Mas refletem sempre a identidade de um grupo. São a marca dos jovens, a linguagem que eles usam para se comunicar.
Muitas gírias são ditas e os jovens não sabem se existe algum significado. É o caso da palavra “caraca”. Para os adolescentes, esse termo é usado quando a pessoa fica impressionada com alguma coisa.

Se consultar o dicionário, descobre-se que o significado da palavra caraca é “secreção nasal ressequida”.

O professor de português está acostumado com as gírias. Mas ouve reclamações. Jota Nery explica: “Os pais às vezes acham que o filho não sabe falar de outra maneira então isso incomoda”.

Stela Maris Bortoni é linguista e professora da Universidade de Brasília (UnB). Ela diz que a gíria não compromete a capacidade de expressão da criança e do adolescente. Mas que os pais e a escola têm papel importante na orientação desse uso.

“A gíria é um uso normal, mas ela tem que ser evitada quando a circunstância exige uma conversa mais normal”, explica a linguista. Na hora de procurar trabalho, por exemplo, a pessoa tem que saber se ajustar. Mudar o modo de vestir, mudar os modos de se comportar e principalmente mudar o modo de falar.