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Gabrielli sofre acusações em CPI e vê espetáculo da oposição

Terra

 O ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli foi alvo de forte pressão e acusações por parte da oposição em seu primeiro depoimento na CPI mista da Petrobras e negou irregularidades ou ilegalidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Em um dos momentos mais acalorados da sessão, Gabrielli disse que o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), usava a comissão para fazer “espetáculo”, o que gerou revolta do parlamentar.

Durante a sessão, o ex-dirigente ouviu de oposicionistas acusações de ter cometido crimes de gestão temerária, prevaricação e improbidade administrativa. Ele voltou a dizer que a refinaria de Pasadena foi comprada dentro do valor de mercado e que foi "barata" na época do negócio.

A Petrobras pagou à empresa belga Astra Oil, em 2006, US$ 360 milhões pela primeira metade da refinaria, mesmo valor que a ex-sócia gastou para adquirir toda a unidade no ano anterior. A estatal brasileira precisou comprar 100% de Pasadena após uma disputa na justiça, num negócio que custou cerca de US$ 1,2 bilhão.

Em nota divulgada em março, a presidente Dilma Rousseff, que presidia o conselho da Petrobras na época da compra, disse que o negócio se baseou em um laudo "falho" elaborado pelo ex-diretor Nestor Cerveró, que não especificou duas cláusulas presentes no contrato. "Há uma discussão sobre o significado daquela clausula no momento que o mercado brasileiro mudava. Não tem nenhuma discussão sobre irregularidade ou ilegalidade", disse Gabrielli. “Nós compramos uma refinaria barata, abaixo do preço de mercado”, disse.

A discussão com Rubens Bueno teve início quando o opositor citou uma viagem de Luiz Inácio Lula da Silva à Escandinávia em 2007. Gabrielli aproveitou a comitiva presidencial para se reunir com representantes da belga Astra Oil, então sócia da Petrobras na refinaria de Pasadena.

Em abril, em depoimento na Câmara dos Deputados, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró revelou a reunião na Escandinávia, mas, questionado, negou a participação de Lula no encontro. Gabrielli reiterou que Cerveró deixou isso claro.

“Não é correto o senhor afirmar isso e o senhor tem todo o direito como deputado de oposição de fazer o espetáculo que o senhor quiser fazer”, disse. “Espetáculo quem faz é vossa excelência”, respondeu o deputado.
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