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Empresa tenta readmitir motorista que colou cartaz em ônibus alertando para falta de freios

R7

 Funcionário recusou proposta e disse que se sentiu desrespeitado pela demissão por justa causa

O motorista Antonio Rodrigues da Rocha, demitido por justa causa após colocar um cartaz no ônibus que dirigia com a frase: “Não tem Freio!”, foi procurado pelo advogado da empresa de transporte público coletivo Expresso Metrópolis, na tarde desta quinta-feira (26), para renegociar o desligamento. A demissão aconteceu no dia 12 deste mês em Jaguariúna, interior de São Paulo.

De acordo com Antonio Rocha, após pressão do sindicato, a empresa ofereceu o cancelamento da demissão, mas ele negou a proposta por ter sentido ofendido com a medida. Segundo ele, não há mais clima para voltar ao trabalho.

— Me senti desrespeitado. Me fizeram ficar das 8h até 11h esperando no RH (Recursos Humanos) sem saber o motivo que tinham me chamado e, no final, me deram a carta de demissão por justa causa.

A saída encontrada por ambas as partes foi a modificação da demissão, que passou de justa causa para causa injustificada, dando assim todos os direitos ao ex-funcionário, como FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Mesmo com o acordo, o motorista, que havia iniciado uma ação na Justiça contra a empresa, disse que manterá o processo por danos morais.

Antonio da Rocha é motorista há dez anos e trabalhava para o Grupo Metrópolis havia cerca de um ano. Ele disse que ainda não sabe o que fazer sem emprego.

— Acabei de sair da reunião com meu advogado e o advogado da empresa, ainda não consegui me organizar e procurar um novo lugar para trabalhar.

Viúvo e com uma filha de 15 anos, o motorista disse que não desistirá de lutar para provar que agiu corretamente.

O caso

No dia 12 de junho, Rocha informou aos passageiros que o ônibus estava com problemas nos freios e pediu para que todos descessem, tirando o veículo de operação. Segundo ele, o cartaz foi colocado para alertar pedestres e condutores de carros e prevenir e acidentes.

Segundo Antonio Rocha, esta não foi a primeira vez que o ônibus apresentou problemas.

— Há três meses aviso meus chefes sobre os freios. Foram feitas regulagens mas depois voltava a ter dificuldades em frear.

O advogado da Expresso Metrópolis, Daniel Rolfsen, rebateu as afirmações do ex-funcionário. Segundo ele, os motoristas devem fazer um relatório quando os veículos apresentam problemas e não há nenhum documento assinado por Rocha na empresa.
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